10 dicas para conversar com quem faz Leitura Labial
A leitura labial é um talento natural do ser humano. Quando bebês, em fase de aquisição da linguagem, toda criança (ouvinte) faz leitura orofacial como complemento da audição para aprender melhor a língua falada. Com o passar do tempo, a maioria das pessoas esquece esse “talento” e passa a depender apenas da audição.
Embora muita gente mantenha a leitura labial como apoio do áudio. Já reparou como tem gente que diz “Quando eu tiro os óculos, eu fico surdo” ou como é mais fácil cometer gafes de compreensão de mensagem pelo telefone (onde não temos qualquer visão dos lábios do interlocutor) do que pessoalmente?
Para muitos surdos oralizados e bilingues, a leitura labial é a principal forma de comunicação, independentemente de fazerem uso ou não de próteses/implantes auditivos. Portanto, facilitar a comunicação de quem utiliza a leitura labial permite o início de grandes amizades e, sobretudo, é uma forma de respeito à diversidade humana.
Fale mais devagar, mas sem perder a naturalidade. Separar as sílabas não ajuda a assimilar o contexto geral da conversa. Por isso, converse de forma tranquila, mas deixando que a voz flua naturalmente.
Não é preciso alterar o volume da voz, a menos que a pessoa peça. Algumas pessoas que fazem leitura labial também utilizam próteses/implantes auditivos, ainda que não tenham discriminação auditiva. Ainda assim, ouvir pode auxiliar na compreensão da leitura labial. Porém, como essa questão varia, permaneça usando a voz no tom habitual, a menos que a pessoa peça para você falar mais alto ou mais baixo.
Fale de frente para a pessoa. SEMPRE! Ela precisa ter total visão do seu rosto, pois as expressões faciais substituem a entonação da voz (algo que não é perceptível pela leitura labial).
Evite tampar os lábios com as mãos. Isso funciona com uma espécie de “ruído visual” que atrapalha a compreensão pena da conversa.
O mesmo vale para viradas de cabeça. Uma simples sílaba perdida pode alterar completamente o sentido da frase. Duvida? NÃO é uma palavra monossilábica e a presença ou ausência dessa palavra altera completamente o contexto da frase.
Procure articular naturalmente, sem forçar demais o maxilar. Além de não ajudar em nada, isso vai te fazer ficar com dor depois de pouco tempo de conversa. Mas, se você é uma pessoa que articula pouco, fazer um pouquinho mais de esforço para articular quando está conversando com alguém que faz leitura labial pode ser útil. Na dúvida, pergunte se a pessoa está te entendendo bem.
Não fale mastigando. Além de pouco educado, atrapalha muito na compreensão da mensagem, porque a mastigação cria sílabas a mais que deixam a conversa truncada ou até incompreensível.
Respire. Pausas durante a conversa permitem que a pessoa processe o que você está falando. Ainda que não seja necessário falar devagarinho (a menos que a pessoa solicite), falar com pausas durante parágrafos podem ajudar bastante na compreensão total do contexto da conversa.
Se houver um espelho próximo de vocês – por exemplo, para conversas no carro ou numa loja – ele pode ser usado para facilitar a conversa de vocês, de modo que você não precise ficar sempre com a cabeça virada para a pessoa, apenas seu reflexo.
A iluminação é importante para a leitura labial! Vale qualquer improviso: lanterna, isqueiro ou luz de celular!
O mais importante: Não deixe de se comunicar com alguém só porque a pessoa faz leitura labial. A forma de comunicação de uma pessoa é menos importante que a disponibilidade de se comunicar com alguém. Pessoas sempre querem informações, diálogo ou mera conversa jogada fora. Somos seres sociais, mesmo quando temos deficiência auditiva.
Beijinhos sonoros
Lak Lobato