2012 Começando com o Pé Direito: Encontrinho de Implantados do Rio
2012 começou a pleno vapor na comunidade de implantados. Na primeira semana do ano, já tivemos o prazer de realizar um encontrinho na Capital Carioca, pra troca de informações e convivência entre os implantados, pré-implantados e interessados…
Mas, antes de contar como foi, permitam-me fazer um jabá da linha aérea Avianca, pois foi a primeira vez que voei com eles. Na hora de escolher o vôo, escolhi essa companhia pelo horário, mas acabou se revelando uma boa surpresa. Por quê? Porque as instruções de segurança de bordo passaram uma televisão individual com: LEGENDA. Tá que a maioria das informações dadas pelo comandante não tinham qualquer recurso visual (mas eu me diverti de ouvir “Senhores Passageiros” no alto falante), mas pelo menos as instruções vieram legendadas. Não é, assim, A SOLUÇÃO, mas cá entre nós, uma diferença, por menor que seja, já anima bastante, vai?
Chegando no Rio, fui recebida no aeroporto por Bruno e Mariana, que são pais da pequena Joana, de 7 meses, usuária de AASIs e futura implantada.
O encontro foi na Colombo – uma das mais tradicionais lanchonetes do Rio de Janeiro, que existe desde 1894 – de Copacabana. O local escolhido não poderia ser mais bonito, com uma belíssima vista para a praia de Copacabana. Aqui em particular, Copacabana é o bairro onde eu nasci e, portanto, é um lugar muito muito especial para mim.
Como foi o primeiro encontrinho do ano, marcado em época de férias, fomos poucas pessoas. Mas assim, é bem agradável, porque dá pra conversar com calma. O gostoso desses encontros é a troca de experiência, de informações, de esclarecimento de dúvidas.. A maioria já se conhece pela internet, mas a amizade passa para outro nível quando ocorre o encontro real. Deixamos de ser apenas palavras digitadas e lidas através de uma tela, para nos transformar em seres humanos reais e palpáveis, que tem histórias de vidas parecidas…
Gente que fez o IC recentemente, que já tem bastante tempo de implantado, que acabou de ser operado e nem ativou o aparelho ainda, que está com a cirurgia marcada ou pensando em fazê-la.
O IC ainda é uma mudança que assusta, porque ele ainda não é um aparelho corriqueiro. Muita gente não conhece, muita gente nunca ouviu falar, muita gente acha que ele é muito mais complicado de usar que realmente é. Daí, os encontros são para esclarecer essas dúvidas e descobrir que, apesar da gente brincar com o termo cyborg, nós usuários do IC somos tão humanos quanto quaisquer pessoas. Apenas usamos uma prótese parcialmente interna para aproveitar os sons do mundo.
Inclusive porque amizades precisam de pontos em comum e esse é um ponto excelente para servir de ponto de partida à ela.
O encontro foi delicioso e regado a muito suco de laranja, por ter sido de manhã hehehe
Pelo que soube, durou mais de 10 horas, pois o pessoal trocou de lugar, mas continuou junto, falando do IC.
Eu preferi ficar em companhia do Bruno e da Mariana, cuja filha Joana seria implantada em breve. Passei o resto do sábado e a manhã de domingo com eles.
Foi uma experiência maravilhosa em diversos sentidos.
2012 promete!
Beijinhos sonoros
Lak
Abaixo, as fotos do evento (clique na imagem para ampliá-las):
E que não menosprezem jamais o poder das “internets”… amei, simplesmente amei ver esse encontro tão bonito…. Parabéns, Lak… parabéns
hehehe verdade. A internet tem sido uma mão na roda pra nós, matrixianos! Nela, conheci você, o ACV, que acabou sendo mola propulsora do DNO, que abriu caminho para a fraternidade de implantados e vamos indo de mãos dadas. Essa aproximação é fundamental… Beijão
Já estava com saudades de suas postagens. As fotos mostram bem o clima de alegria.
Foi sensacional mesmo. Beijos
Perfeito como sempre…
😳
Lak, tudo bem?
Parabéns pelo texto,nem eu sabia das legendas da AVIANCA, agora quero um dia se puder voar pela Cia Aérea, foi comovente este encontrinho Carioca, acredito eu, q foi em todos anos q participo da Comunidade de IC, q este foi um dos primeiros em Janeiro, salvo grande erro meu, parabéns a Dine pela organização , parabéns a você Lak pela vontade de estar presente, e tbm a Minda e a Lady sempre se destacando, sempre alegremente detalhando cuidadosamente e precisamente o IC e Baha, que agora venham novos encontros, muitos outros, mas acima de todos encontros quero meu abraço real.
Abraço ( no momento virtual)
É, vc tá me enrolando com essas história de não aparecer nos encontros que eu vou hihihi
Beijos
Lak Lobato,
sou acadêmico de medicina e ultimamente tenho me interessado muito pela questão da surdez e tudo o que a envolve. Estou começando a estudar há pouco tempo, lendo artigos, pesquisando blogs. E quero conhecer os dois lados da moeda: a visão dos surdos sinalizados e dos que fazem uso de aparelhos ou fizeram o IC. Comecei acompanhar o seu blog esta semana, e estou gostando bastante dele. Ficaria muito feliz se você (uma pessoa esclarecida, de bom senso – pelo o que notei em alguns posts que li) pudesse acessar o meu blgo e pudesse opinar, e ajudar na divulgação sobre estas realidades para outras pessoas. Meus próximos post pretendo falar justamente da diversidade dentre os surdos. Att,
Dei uma olhada lá e discordo que os surdos oralizados não se vêem como surdos. A gente sabe muito bem que é surdo sim, mesmo ouvindo com prótese. O lance é que querem dominar o termo ‘surdo’ pra se referir somente aos que usam libras e a gente vira ‘o resto, que não se aceita’. Escrever esse tipo de coisa ‘eles não se veem como surdos’ só perpetua o pensamento de que a gente não enxerga a realidade e, portanto, não precisa de adaptações. Na real, nós nos vemos como surdos SIM, mas oralizados, usuários de aparelhos,usuários de IC, que usam somente o português, etc… mas, biologicamente, tão surdos quanto os que usam libras, portanto, queremos e precisamos de adaptações, de acessibilidade e, acima de tudo, de respeito.
Abraços.