Adaptando-se ao Implante Coclear (parte 1)

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Uma das etapas mais sensíveis que envolve o processo do implante coclear, são as dúvidas que surgem antes da cirurgia. Embora haja candidatos que queiram ouvir e ponto, sem pensar muito em detalhes, a grande maioria das pessoas tem milhares de dúvidas sobre o período inicial da vida de implantado.

Por isso, é tão importante ter acesso à informações a respeito da adaptação com o implante coclear, considerando que essa adaptação envolve três etapas: física, sensorial e psicológica.

Uma das primeiras dúvidas que costumam surgir é: Será que o aparelho incomoda? Como será viver com a parte interna dentro da cabeça? E a externa?

Bom, a parte interna, que fica dentro da cóclea a gente não costuma sentir, porque não é uma região sensível nesse sentido. A parte subcutânea é perceptível pelo tato (que chamamos carinhosamente de calombo) e até pode ser um pouco mais ou um pouco menos sensível, mas varia de pessoa para pessoa. No meu caso, estando com  o imã com a força certa (ou seja, nem apertado, nem muito frouxo), nem percebo essa parte, a menos que passe a mão em cima. Mas, por outro lado, é uma região onde adoro cafuné e durmo rapidinho se o marido fizer cafuné ali hihihi

Outra dificuldade inicial comum é achar uma maneira confortável de manter o processador (aparelho externo) preso na orelha e a antena presa na cabeça.

Geralmente, o processador que fica atrás da orelha tem uma boa anatomia para encaixe e possuem formato e dimensões similares aos aparelhos auditivos retro-auriculares (BTE). Mas é muito importante tomar um cuidado para que ele não se desprenda. Então, principalmente no caso de crianças e para quem pratica esportes, há alternativas para deixá-lo mais fixo à cabeça.

Entre os acessórios do próprio implante, há prolongadores dos ganchos, ganchos em forma de C que prendem-se ao redor da orelha, elástico que envolve toda a voltinha da orelha e cordões como os de óculos.

Mas há também soluções improvisadas que dão um bom resultado: cola de peruca (que é como um durex dupla face próprio para ser usado na pele) e até faixas e presilhas de cabelo que seguram o aparelho.

Essas alternativas, principalmente em caso de crianças pequenas, ajudam também a aliviar o peso do aparelho na orelha. Por mais leve sejam, ao longo do dia, o peso pode tornar o uso contínuo cansativo e até provocar dores.

O imã da antena, como já contei, requer uma atenção especial. Ele nunca pode estar nem muito apertado nem muito frouxo. Deixá-lo frouxo faz com que a antena caia por qualquer esbarrão e corta a transmissão do som, causando um silêncio abrupto que atrapalha na adaptação do aparelho. Já um imã muito apertado pode causar dores e até lesões na pele. Por isso é sempre bom verificar se o imã está de acordo com a necessidade do usuário e, se for preciso, pode-se trocá-lo por outro com uma força magnética maior ou menor.

No meu caso, eu senti uma leve dor de cabeça nas primeiras 72 horas usando os aparelhos, justamente por não estar acostumada a usar nada na região da cabeça.

Em se tratando de implante, conforto físico é tudo para garantir uma boa reabilitação.

Na próxima segunda, na parte 2, volto a falar um pouco das adaptações sensoriais que ocorrem a cada mapeamento. Continuem acompanhando!

Beijinhos sonoros,

Lak

4 Resultados

  1. Guh Meneses disse:

    Muito boa matéria!

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