Aquelas coisinhas chatas que atrapalham, mas ninguém percebe.
Nessas de ansiedade transbordante – falei no twitter que minha alma anda tamanho GG – pego-me fazendo retrospectivas da minha vida. Hoje mesmo, mexendo nos meus exames, me deparei com uma audiometria (exame que mede a audição) feita muito antes de eu ser acometida pela caxumba e sua sequela. Audição plena e perfeita, do jeito que manda os padrões sociais. Se senti tristeza? Até que não, tive tempo mais que suficiente para aprender a viver com isso. E sou enfática de afirmar, a dor nunca passa, a gente apenas aprende a viver com ela, que torna-se uma companheira silenciosa e constante, que a chega uma hora que ela passa praticamente despercebida.
Mas, como nostalgia chorosa nunca foi um traço marcante da minha personalidade (sempre oscilo entre o mimimi e a alegria plena, desde criança, já cansei de ver minha mãe comentar com as pessoas dessa minha capacidade de ir da tristeza à piada na velocidade da luz) comecei a pensar nas coisas engraçadas que a surdez me fez passar e que, provavelmente, se eu ouvisse nem saberia que tem que não se dá bem com tal coisa.
Enfim, nos meus tempos idos de adolescente, quando o Mar Morto ainda era vivo e Guaraná era vendido com Rolha, eu namorei (muito brevemente) um menino que morava no predio ao lado do meu. Alias, já falei dele aqui, mas desafio alguém a achar o post hihihi Até aí, nada demais, namorar na adolescencia não tem nada de novidade. O X da questão era que o prédio dele, ao contrário do meu com porteiro e guarita – sou chique – era provido do pior pesadelo de um surdo: Porteiro Eletrônico.
Ainda que hoje em dia, por conta da violência, assalto e o escambau, muitas guaritas tenham vidro fumê e o porteiro insista em falar conosco por interfone, é difícil algum ser suficientemente mal educado pra não entender quando eu falo claramente: não ouço, por favor, enfie sua cabeça pra fora da guarita pra eu ler seus lindos lábios (mentira, não passo cantada em porteiro) o porteiro eletrônico ainda consegue ser pior.
Logo no comecinho do namoro, que já começou acabando já que não ficamos juntos nem dois meses, me ocorreu que era praticamente impossível eu poder chamá-lo por via desse esquipamento. Veja bem, sem aparelho, eu só ouço sons – graves – acima de 80 decibéis (nem queira saber o quão alto precisaria ser isso, acima de 85 já faz mal pra audição de um ser humano normal) já os médios e agudos, precisam ser ainda mais altos e, acima de uma determinada frequencia, não ouço nem por decreto. E mesmo quando eu ouço, nem sempre consigo saber de onde é o som e muito menos intepretá-lo com clareza, especialmente no que se refere à compreensão da fala.
O que fazer nesse caso? A gente precisou criar um código da maneira como eu tocava o porteiro. Eram três toques num ritmo rápido, que soavam como uma campaínha. E dificilmente ele abria o portão pra mim, ele descia para verificar se era realmente eu. Cansativo, né?
Claro que não foi por isso que o namoro acabou, mas ainda assim, eu passei a ter alergia a pessoas que morassem em prédio com esse dispositivo. Porque, realmente, fica difícil ter código com todo mundo que mora num prédio desses e eu pretendo visitar. Hoje em dia, o SMS facilita e muito a minha vida, mas a tecnologia é recente. Em mil novecentos e antigamente, eu acabei perdendo algumas oportunidades de visitar amigos por conta disso hehehe
Historinha bobinha, mas tá valendo.
Beijinhos
Lak
p.s. apesar do namoro não ter durado, a gente mantém contato até hoje, viu? O porteiro eletrônico incomodou, mas não tanto.
Lak, no meu prédio tem guarita, então, quando vem me visitar???? rssrsrs 😛
Bjokassssssssssssssss
Huahuahauhau logo, assim que eu me curar dessa ansiedade que consome a alma hihihi Já avisa o porteiro que gente estranha vai te visitar, heim?
Beijos
Lak se você morasse em Buenos Aires iria enlouquecer…a maioria dos prédios tem porteiro eletrônico e as ruas de lá são infernalmente barulhentas…só prédio novo tem porteiro de carne e osso, isso é bem raro.
Não é só do lado de fora que a gente não ouve, dentro do apartamento também é um inferno e quando estou lá digo que me avisem por telefone que estão chegando (a campainha do meu telefone é mais potente que carro de som de sindicado ou trio elétrico).
E o pior, como a gente pode abrir a porta do prédio através do porteiro eletrônico um monte de assaltantes finge ser seu conhecido para você abrir a porta. Como o som é horrível muita gente abre pensando que é família ou conhecido e os “chorros” (ladrões) fazem a festa.
Uma vez ouvi gente gritando na rua e pensei que era briga ou assalto, nada disso era um casal brigando através do porteiro elétrico…ele na rua implorando para ela abrir a porta, e não era letra de tango.
Hehehe, tenho a impressão de que em Madrid tb é assim. Pelo menos no centro, eu lembro que praticamente TODOS os prédios tinham esse porteiro. O jeito seria morar no primeiro andar e enfiar a cabeça pela janela, quando o interfone tocasse… Aff hihihihi odeio esse treco!!
Beijinhos
Poxa… no meu prédio não tem porteiro, não tem elevador (hehe…é quase “uma casa muito engraçada”)…. é o prédio menos acessível que conheço! Mas é oq dá pra pagar com uma bolsa de doutorado…. 😀
Mas se um dia vier pro sertão, pode me visitar porque celular eu tenho!! Haha
Beijinhos!!
* não bastava pentelhar no blog vc viu q sou sua mais nova seguidora?!
Combinado hihihihi quando chegar na porta, mando SMS.
Eu viiiii, tadinha de vc, me aturando em crise de ansiedade fulminante.
Beijos
Depois do IC não tive mais problemas com isso… Dá pra pegar “Quem é?” por trás do interfone. Dependendo do barulho na rua, eu coloco a mão no interfone e com a vibração junto com o que ouvi por pouco. Ás vezes faço isso com o celular, colocando em viva-voz, sentindo a vibração, escutando e essa mistura dá uma sacação legal pra se virar hihihi…
Mas ainda existem códigos para abrirem pra mim. Ainda existem os bobinhos 4 toques longos. Virou apenas força do hábito, assim como ainda fico lendo os lábios e escutando ao mesmo tempo. Tem gente que reclama que eu deveira estar me esforçando mais para apenas ouvir e não ler os lábios. Mas não consigo. Depois de tanto tempo sem ouvir, não dá. Eu gosto.
Cerissima ::P:
Uia…
Tb sempre tive ‘medo’ dessas coisas aí chamada interfone.. tanto que quando preciso visitar alguém q mora em lugar com esse treco, fico apertando o ‘bendito’ até que alguém saia na rua pra falar pessoalmente comigo… kkk
E, olha q hoje moro num flat que tem essa coisa aí… sabia q do lado de dentro é pior?? kkk
Bjinhos
Realmente é horrivel, nao entendo nada nesse trequinhoo..
pra mim o toque do telefone tbm me incomodaa.. estranho ne.. tanto q meu celular fica no vibraa..(namorado fica bravo pq nao vejo ele ligando)rs..
Lak, em aruja nao tem associaçao de surdos, fui atras de 3 em guarulhos.. 2 fechado, 1 nao existe mais..
Em SP deve ter. Vou procurar e te falo….
nunca pensei nisso… 😐
(achava que porteiro eletrônico fosse o terror só dos Testemunhas de Jeová… por isso que acabei gostando! 😈 )
HAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHA… O Juca…
Contamos pra ele seu caso???? hihihihi
KKKKKKKKKK…… Já me livrei do povinho de vez!
Vamos deixar o Juca curioso. 😎
hahahaha adoro essas pequenas maldades….
Porteiro eletrônico e máscara me deixam louca. Recentemente ao pagar o estacionamento do hospital o atendente teimou em falar comigo de máscara. E eu explicando que precisava ler os lábios dele e o teimoso falando, falando. Me dá um ódio. Apelei para uma pessoa na fila me ajudar. 😀
Da próxima vez, manda ele usar papel e caneta!! Mas pedir ajuda é sempre válido! Tb faço isso, viu? Vergonha nenhua! 😳
Oi, Lak! Você ainda lembra de mim? Andei sumida, menina! Coisas da vida! Mas eu não esqueci esse cafofo onde sempre aprendo taaanta coisa nova! Devo confessar: moro num prédio com porteiro eletrônico e nunca parei pra pensar nesse problema. Com meu marido (ele tem uma deficiência auditiva moderada) o problema é quando ele está em casa, para abrir o portão. Ele nunca escuta o danado. Então, pra gente, a solução é o celular, mesmo!!! Mas em muitas situações, quando ele está sozinho em casa, primeiro choramos, depois damos muita gargalhada! Já perdemos pizza, remédio e até a visita de uma amiga querida, que avessa ao celular, desistiu de insistir no tal do interfone. Coisas da vida! Beijos.
Vixe, perderam pizza? Isso é triste, heim?
Beijinhos