Aventuras implantadas
Estou em débito com o blog, porque faz um bom tempo que não posto nada, né?
Bom, começa que meu tempo diminuiu consideravelmente, já que estou trabalhando fixo em horário comercial. E, como ando muito apaixonada pelo meu trabalho atual – com endomarketing – acabo levando muita coisa pra casa e meu tempo fica ainda mais escasso. Tá, eu sei que não é desculpa.
Semana passada, marido ficou dodói e foi parar no hospital e fiquei de acompanhante. Sete noites dormidas num sofá nada confortável. Daí, acabei sem vontade de nada, incluindo escrever no blog.
Mas, enfim, deixando de lado as desculpas, falemos sobre o que interessa.
Hoje, estava vindo para o trabalho e a pilha do IC acabou enquanto eu estava no ônibus. Não me sinto confortável pra trocar a pilha em meios de transporte – medo que uma freada brusca faça o compartimento de baterias voar longe – e continuei o resto do trajeto com o IC desligado. Incluindo subir os andares até o escritório, de elevador.
Vou ter que falar, eu passei quase 23 anos em silêncio absoluto, mas percebo o quanto eu me reacostumei rápido com os sons ambientes. Tudo faz falta. Acho horrivel atravessar a rua, sem ouvir o barulho do trânsito. E absolutamente isolante, não ouvir as conversas (ainda que de maneira incompreensível) do elevador. É quase como se faltasse ar ao meu redor. Não gosto da sensação de silêncio mais, meu cérebro anseia avidamente pelos sons.
Engraçado, né? A surdez foi suportável somente quando não havia alternativa. Mas, na medida que há alternativa de som, ele se desespera com a ausência dele.
Por outro lado, ainda acho que ter botão de off é uma vantagem e tanto. Ontem, estava fazendo um treinamento em inglês (pelo computador) e desliguei o IC para me concentrar. Como o inglês não é um idioma “nativo”, meu cérebro requer mais concentração e, nessa hora, o som ambiente atrapalha.
Cyberouvinte mesmo, adoro ouvir, mas adoro saber que dá pra desligar a barulheira quando preciso!!
No mais, agora dei de sonhar – literalmente, enquanto durmo – com o total sucesso do IC. Todos os diálogos são perfeitamente compreendidos sem leitura labial. Como sei que ainda estou longe de conseguir isso, acho que o desejo inconsciente de poder não depender da LOF (sigla pra leitura orofacial) anda bem presente, né? Quem diria que eu chegaria a esse ponto? haha
Beijinhos sonoros e bom final de semana,
Lak
Sua palavras são sensíveis, torna tudo mais brando. Parabéns e obrigada por todo esse conhecimento que compartilha conosco. Bjos.
Eu gosto de ouvir com o IC. Considero isso uma dádiva…
Claro que preferia ter tido a mesma oportunidade que o Kadu, ser implantada na hora certa, mas… hehehehe fico feliz de saber que outras pessoas puderam!
Beijos
Eu também não consigo ficar sem implante coclear por muito tempo. Uso IC no ouvido esquerdo e AASI no direito. Só os retiro para dormir e tomar banho.
Queria aproveitar este espaço para desabafar uma situação chata que enfrento com frequência. Atualmente presto concursos, e praticamente todos eles exigem a entrega de laudo médico, exames e CID para concorrer às vagas de deficiência. No meu laudo médico é exigida a realização das provas COM os aparelhos auditivos, com aval do meu médico. Além disso, lá menciona que sem os aparelhos perco a referência auditiva e a concentração, até porque os utilizo o dia todo. Só que chega na hora da prova, os fiscais e até mesmo o coordenador da prova exigem a retirada dos aparelhos auditivos AASI e do IC, alegando que são transmissores de mensagens. Sempre tenho que explicar que foi aprovado o laudo médico pela própria banca examinadora, e até levo cópias do laudo médico, com assinatura do meu médico e imagem do hospital. Mesmo assim alguns exigem a retirada dos respectivos aparelhos. Inclusive já fiz uma prova de 4 horas SEM os aparelhos (Cesgranrio)! Imagina ficar 4!! Isso mesmo, 4 HORAS sem ouvir praticamente nada, em um silêncio total e tentando fazer uma prova!!! Obviamente não fui nada bem! É uma situação que desanima de continuar a luta em conseguir uma vaga em uma instituição pública, pois você estuda, estuda e estuda, daí chega na hora da prova, e acontece isso. Já entrei com processo contra a Cesgranrio. Infelizmente, o processo não foi em frente.
E também já enfrentei situação parecida na época em que prestava vestibulares.
Apesar dessas situações contravérsias, não vou desistir, até porque vejo isso como obstáculos a serem enfrentados e superados.
Só acho que precisamos informar as bancas examinadoras, seja de concursos e vestibulares ou qualquer outro tipo de prova, sobre o tratamento aos deficientes auditivos durante a realização do certame. Precisamos atualizá-las que aparelhos auditivos não são transmissores de mensagens.
Ufa! hehe
Bom, é isso!
Obrigado e sucesso para nós!
Abraços a todos,
Marcel
Topa fazer um post contando isso, pra cá?
Beijos
É tão bom saber as notícias e vc ocupa seu maior tempo, mas faz parte do seu serviço e também do aprendizado. Gostaria de me informar a palavra “endo”marketing…???. Eu tb acho horrível sem ouvir os barulhos e sinto muito bem com IC e gosto muito dele. Sabe, tenho muita vontade de fazer outro implante e é tão delícia ouvir som puro e claro. Obrigada pela notícia sua e continue sempre que adoro receber. Bjos.
Teresa: endomarketing é sinônimo de comunicação interna. hehehe
Tb sinto vontade de fazer o bilateral…
Beijos
Tão linda sua discrição.
Me identifico em algumas coisas….
Beijos Lak
sempre temos algo em comum, né?
Beijos
Como é bom ler teus textos assim, feliz com o implante. Quando cheguei aqui ele era uma espécie de sonho apenas né. Fico muito feliz com a tua felicidade! Bjs
Pois é, o tempo passou e o sonho foi se tornando uma realidade diária. Como não ser feliz assim? hehehehe
Beijão
Oi Lak,
Também me lembro quando você não tinha feito o implante ainda e se sentia completamente a vontade sem ouvir os sons, eu sinto a mesma coisa quando acaba a pilha do meu AASI, não aguento e acabo trocando discretamente rsrsrs
Lí o depoimento do Marcel e não sabia que tinha de tirar os aparelhos para fazer a prova, acho que já fiz prova de aparelho auditivo, mas como não prestei como deficiente não chamou a atenção dos fiscais.
Tenho vontade de fazer algum concurso agora que me aposentei mas sempre tive receio do exame médico, de ser considerada inapta, agora ainda fico sabendo mais essa, é de desanimar mesmo porque sem os aparelhos não me sinto confortável.
bjs.
Pois é, Cássia, é pq eu não conhecia o IC hahahaha
Mas enfim, pedi pro Marcel nos agraciar com um texto explicando sobre essa situação sobre a fiscalização do aparelho, pra ver o que podemos fazer.
Beijinhos
Lak
Rezo todos os dias para que meu filho não precise do IC, q continue estável e funcional com AASI, porém é muito confortável ao meu coração ouvir suas historias e outras com tamanho sucesso!
Uma duvida, o que limita fazer bilateral?
Abracos
Dada a indelicadeza do seu comentário, não vou me dar ao trabalho de responder a sua pergunta, ok?
O implante ou AASI acaba sendo parte integrante da gente…com a vantagem de poder desligar e a desvantagem de acabar a pilha ou bateria em momentos e lugares inconvenientes.
Quanto ao fato de acharem que implantes e AASI podem ser aparelhos de comunicação para fraudar exames será que na inscrição não deve ser anotado isso para não exigirem a retirada na hora da prova? Isso de fato prejudica o candidato.
Bjk! 🙂
Um absurdo, né?
Lindo post…
Amanda também ama os sons, Lak. Detesta ficar sem os aparelhos e não quer tirar nem para dormir. Ela diz que “gosta de ouvir dormindo” rsss…
Mas eu tenho uma certa inveja de vocês…Gostaria MUITO de ter botão off bilateral porque a poluição sonora do mundo não me deixa concentrar no necessário…
bjos e que venha o bilateral… 😉
Logo mais 😉
Beijos
Olá,
Como faço para me comunicar com vcs . Achei v cs acaso na internet . Tenho um filho de 5 de anos surdo . Nasceu surdo e tenho mutas duvidas e coisas e gostaria de dividir .
Seu filho é usuário da LIBRAS ou oralizado? Usa prótese? É implantado?
Porque isso ajudaria a te indicar um grupo especifico para esclarecer as suas duvidas, porque aqui é um blog escrito por uma pessoa só, eu. E eu só sei falar sobre surdos oralizados.
Abraços