Bem-te-vi
Enquanto me recupero da cirurgia – esqueci de falar, não fiquei nem 36 horas de turbante, quando postei depois da cirurgia, já tinha tirado – esperando o navio ancorar no porto (já melhorei bastante, mas ainda não posso fazer movimentos bruscos e continuo esbarrando em tudo), passo meus dias fazendo absolutamente nada, a não ser ficar na cama lendo a internet, o que alias, nem sempre consigo.
Mas, deparei-me com um texto da Anahi GM, uma amiga querida, que inclusive sempre me incentivou a fazer o implante, desde que nos conhecemos, há cerca de 5 anos:
“O deslumbramento é próprio de quem dá-se ao direito de explorar o novo, o desconhecido. (…)
Por que então eu nunca soube que o bem-te-vi tinha este nome? Meus pais
poderiam tê-lo me ensinado quando pequena, mas não (e talvez porque
pensassem que não compensava ensinar a uma filha surda algo que nunca ouviria), pois foi preciso 27 anos para que eu colocasse um implante coclear e em 2003 ouvisse e reconhecesse, com a ajuda de um casal de amigos, o que significava um sonoro “bem-te-vi”. E quando meu cérebro o decodificou, fiquei encantada. Hoje em dia, em meio a tantos sons que meu cérebro se recusa a reconhecer, o som do bem-te-vi se destaca entre eles, pois à primeira audição, imediatamente o reconheço.”
Meus olhos encheram-se de água e me peguei pensando qual o primeiro som que irei reconhecer. Acho que são as coisas mais simples, que estão mais distantes do nosso alcance, que tem valor mais inestimável. Estou errada?
Beijinhos
Lak
😳 😀
Como sempre, você está certa! E o bem-te-verá em todos os sons queridos como o de uma gargalhada na hora “errada” ou um soluço no cinema ou o som de um beijo bem estalado!
Aposto… 😛
hehehehe ahhh torcendo pra esses momentos chegarem logo!
Lak, espero que seja um som agradável, como uma música bonita, o ronronar de um gato, ou principalmente a voz do Edu. beijos
hehehehe qualquer um desses, seria ótimo! Até agora, só reconheço buzinha e telefone tocando.
Lakinha desculpe toda minha ignorância ao não imaginar como é a vida de um deficiente auditivo, mas onde moro tem muitos bem-te-vi (o plural desse nome acho que não sei como é) e amo quando eles cantam. Parece que conversam entre eles: um fala e o outro responde sempre com o mesmo som, mas é lindo. É, existem sons que você vai gostar muito de conhecer, outros nem tanto, mas o mais importante é poder ouvir. 🙂 😉 😉
hehehehe antes de tudo, quero ouvir de novo o que já conheço. Sons novos… humm.. ah, um mundo inteiro a descobrir. 😳
Beijos
Ainda não tinha tido tempo de dizer o quanto você ficou charmosa de turbante! Adorei o texto sobre o bem-te-vi. Também estou curiosa em saber qual será o primeiro som que você irá reconhecer. Tomara que você encontre pessoas sensíveis durante a ativação do implante, que lhe proponham sons “familiares” antes de mandarem os estímulos sonoros através do computador, como no caso da Alessia (e eu querendo que ela escutasse a minha voz…ainda bem que ela não ouviu nada eh eh eh). Informe-se como funciona por aí e depois me conte, por favor. Estou aqui acompanhan tudo e torcendo pra que você se recupere logo da cirurgia.
Bjs
Assim que chegar da ativação, posto no blog contando como foi.
Mas não se preocupe, você e a Alessia tem toda a vida pela frente! Casos como o dela são sempre de sucesso!
Beijos
Ah Lak, qualquer que seja o seu primeiro som vai ser incrível!
Gosto de tu visse??
Beijo! 😉
Tb te adoro, Bia.
Beijos
Lak, não vejo a hora de abrir teu blog e ler sobre os primeiros sons, primeiras descobertas sonoras nessa “nova vida”.
Bjsss
😉
e eu, não vejo a hora de escrever sobre isso!! beijos
Os primeiros eu não sei… imagino que serão as vozes (da sua mãe, irmã, Edu e minha, claro! hahahahhahha)… mas faço questão de viver com vc alguns sons que eu amo: do mar, de chuva, de gargalhada de criança, de beijo, das músicas que cantamos tanto juntas (especialmente as da adolescência! Dirty Dancing totaaaal!!!!!!!)! 😀
Amo vc, muito!!!!!
Beijosssss
Hehehehe que sejam todos esses, na ordem que for.
Tb te amo! Beijos
Somos duas que andam fazendo NADA então, porque peguei uma gripe violenta e estou de cama há uma semana. Mas esse texto da Anahí está simplesmente lindo mesmo, e você Lakinha, por favor, assim que reconhecer algo quando ativarem o IC venha nos contar. Quero que o começo do ano chegue logooooo.
Beijoooooos
Virei sim, com certeza!! Mas sabemos que pode demorar muito ainda!
Beijos e torcendo pra janeiro chegar o quanto antes.
Poxa!!!! Pra mim foi uma experiencia maravilhosa ouvir os cantos dos passáros!!!! Todas as tardes tem um bemtevi cantando perto da minha casa e agora posso ouvi-lo com claridade. É uma emoção constante.
Ouvir os cantos dos pássaros é um presente pra nós…. Que bom, disfrute de tudo feito criancinha. Começa uma vida nova e muitas descobertas.
beijinhos
Verdade seja dita, fazer o IC é praticamente um renascimento, para alguns de nós.
Beijinhos
Meu pai ficou surdo depois de idoso como tantas pessoas e lembro a primeira vez que saiu com o aparelho auditivo, no centro de Sampa…estava encantado com a barulheira da cidade, que incomoda a maioria dos mortais:
parecia um menino descobrindo o mundo.
Voltar a ouvir passarinho é uma das coisas mais deliciosas para quem já ouviu alguma vez na vida, imagino para quem : ficou tanto tempo sem ouvir ou nunca ouviu. É de arrepiar!
Desejo muitos e muitos bemtevis, colibris,sabiás, e todos os sons da vida até barulhos irritantes (tem coisa realmente insuportável como helicóptero, avião, britadeira, criança pequena gritando, ambulâncias, gente mal educada falando aos berros no celular…(a lista é grande)mas o bom mesmo é ter a opção de ouvir ou desligar o equipamento. Beijos
🙂 😀 😳 😛 😎
Pois é, um mundo inteiro a ser (re)descoberto!! Ansiedade crescendo hehehehe
Beijão
Minha linda, um EU TE AMO do Edu já seria um (re)começo arrebatador, não? Nem todos os sons são agradáveis, assim como nem todas as imagens são edificantes. Certifique-se de estar bem acompanhada e assessorada no grande momento, mantenha a televisão desligada para não correr o risco de ouvir um discurso do Sarney e, após ouvir ou relembrar as vozes das pessoas que lhe são caras, dê uma fugida para o campo em busca dos sons da natureza, das quedas d’água e pássaros cantando. Se possível, corra para a praia mais próxima para ir além da vista magnífica do mar e do cheiro inebriante da maresia, priorizando a sinfonia das ondas quebrando. Isso tudo você vai carregar no coração pelo resto da vida. Depois você me conta. Um grande beijo.
“eu te amo” de todas as frases a serem ditas, é a que mais doi nunca ter ouvido. Mas em vez de dor, agora, esperança! Você sabe bem o significado dessa palavra, não é? Grande beijo
Que “deli” esse post… espero que, em breve, breve mesmo, vc consiga ouvir todas as outras onomatopeias da vida: o xuaááá das cachoeiras, o “catapum”, do trampolim e, sobretudo, o tum-tum-tum dos nosso corações em torcida por vc!
Esse último… já escuto… com o coração. Porque só m coração é capaz de escutar outros. Mas o resto, aguardo roendo as unhas de ansiedade hehehe
Grande beijo
Oi!
Curioso que eu tava justamente folheando “Carta sobre os cegos para uso dos que veem” (Diderot). O mote do ensaio é “pode um cego de nascença, após operado, reconhecer apenas pela visão os objetos que antes conhecia pelo tato?” (a propósito de uma cirurgia que seria assistida por pessoas “esclarecidas” na sociedade de Luís XV).
Então… prevalecia o preconceito da “unidade da Razão” e assim o ex-cego precisaria tocar pra saber que uma bola é aquela bola e um quadrado é aquele quadrado antes tocados…
Aí o Diderot diz: “Penso que a primeira vez que os olhos do cego de nascença se abrirem à luz, ele não perceberá nada absolutamente; que será preciso algum tempo para que seu olho se experimente: mas que este se experimentará por si próprio e sem a ajuda do tato; e que conseguirá não só distinguir as cores, mas discernir ao menos os limites grosseiros dos objetos.”
Sabe o que aconteceu?… Meteram ele na cadeia por causa disso!!! 😮
(sociedade “despoticamente esclarecida” não gosta de ser contrariada! 😈 😈 )
outros beijos e tenha paciência com seu giroscópio! 🙂
E não é que ele estava certo?
Paciência… o que é isso mesmo? hehehe
Beijinhos
Puxa-vida, Lak! Está na recuperação! Tomara que seja rápida, mas muito harmoniosa! Eu também estou louca para saber como você vai falar do primeiro som, tais como Bruna e aquelas pessoas que palpitaram aqui no seu blog. Sucessssssoooo!!! Fica com Deus. Beijos.
Obrigada, querida!! Beijos
Lak,
– Lindo texto. Traz emoções e sentidos diferentes ao que para nós ouvintes é
quase trivial. Lembrei de quando tentei explicar à Bárbara sobre os sons dos
pássaros, quando ela era uma criança …sem sucesso.
– Lendo, me dei conta da Sinfonia que escuto todas as manhãs pois moro na serra e Petrópolis é muito arborizada, aprendi a valorizar mais ainda estes momentos.
– Bom saber que vc está no caminho da recuperação,
Abs,
Hehehee mas sabe, mesmo sem sucesso, vale a pena que você tenha tentado! Quem sabe, alguma hora ela descobre por si mesma? Ou não, se não achar necessário!!
Quanto à Sinfonia, aproveite. São as pequenas coisas que dão sentido a vida.
Beijocas
Legal o texto. Eu também achei bárbaro poder ouvir o cantar dos pássaros. Mas o que mais me impressionou foi ouvir miado de gato – eu não conseguia ouvir com AASI e ficava completamente frustrado por isso. Outro som que adorei ouvir foi a dos grilos. Enfim, são tantos sons!
Um beijo
Huahuahuahaua são tantos, Raul… E falta bastante ainda, né? Mas é sempre gostoso saber como foi a experiencia de vocês. Grilos… hummm, tentando lembrar..
Beijo
Você é bem sutil, hein? Sei, sim, o significado da palavra esperança. Mas aprendi que esperança pura e simples corre o risco de cair no vazio, se não vier acompanhada da sócia chamada coragem. Foi essa união que que me trouxe ao hoje – a que você se referiu -, assim como a empurrou a dar esse passo tão importante a um novo velho mundo.
Hehehe pois é… esperança unida à coragem… uma lição de vida e tanto.
Juca,
O Diderot escreveu também a carta sobre os surdos. Ele estava totalmente certo, tanto que Sacks também seguiu a mesma linha e escreveu sobre isso, ao citar o caso de Virgil em seu livro “O Antropólogo em Marte”. O caso Virgil foi adaptado para o cinema, com o filme “À primeira vista” (acho que é este o nome). Trabalho com esses temas, na perspectiva da Antropologia dos Sentidos.
Um abraço.
Valeu pela informação, Nai.
Bom dia Lak, eu espero que vc esteja se recuperando bem. Te mando um beijinho desde Buenos Aires :***
Como vc ve, ja nao saio daqui, rs
So me prometa q nao vai desligar o implante qdo comecar a ouvir o barulhinho da maquininha de tatuagem. Aqui da America Central vou torcendo.
Não prometo nada hihihihi só prometo que farei a tatuagem!! Beijos
Lakinha quero ver foto do corte antes de tirar os pontos kkkkk
meu medo eh o tamanho do corte hahahaha
Que um bem-te-vi pouse no seu coração, Lak.
Beijo de bom dia!
Oi Lak!
Porque está tão caladinha??
Todos aguardam notícias!!!
Beijos! 😳
Tava curtindo o repouso realmente repousando hehehehe Beijos
Olha Lak… acho que vc vai achar bacana:
http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2009/11/04/um-espetaculo-realmente-para-todos/
Bjo!