Dicas de adaptação ao implante coclear
Pensa em fazer a cirurgia de implante coclear? Ou acabou de fazer? Ou é seu filho quem é candidato ou usuário? E você gostaria de umas dicas de adaptação? Quem nos conta um pouco sobre isso é a Simone Silva, mãe do Daniel e a Valdirene Silva, implantada adulta.
Olá, pessoal. Tudo bem? Eu sou a Lak Lobato e eu sou usuária de implante coclear, bilateral, há bastante tempo.
Como vocês sabem, esse é o meu tema principal: falar de implante coclear. E das maravilhas que é você ouvir através de uma tecnologia. Mas, eu conto muito a minha história e acho que vale a pena vocês conhecerem as histórias de outros usuários também.
Hoje eu trouxe duas pessoas muito especiais para contar as experiências delas: a Simone, mãe do Daniel, usuário de implante coclear ainda criança, e a Valdirene, uma implantada adulta.
Simone: Vou falar aqui um pouquinho da minha experiência como mãe de uma criança que usa o implante. A gente aqui já sabia que o Daniel teria indicação e que a gente vinha já com aparelho auditivo, fazendo fonoterapia e teve um dia que o Daniel que ele acordou sem ouvir.
Então foi um susto. A gente: “Vamos fazer! Daniel não pode voltar para aquele mundo do silêncio.”
E nós fizemos! E não me arrependo. Acho que foi uma das escolhas mais difíceis e uma das maiores escolhas das nossas vidas aqui.
Simone: Acho assim, que o implante trouxe ganhos maravilhosos em relação à escola.
Porque ficou muito mais fácil para ele estar acompanhando as aulas. Acho que o som fica mais limpo, né? Fica mais claro.
Ele mesmo faz referência que prefere o implante coclear.
Valdirene: Eu uso implante há cinco anos. Como eu tive perda progressiva, no decorrer do tempo eu fui perdendo muitos sons e eu não percebia isso.
Quando eu ativei o implante coclear, no decorrer dos mapeamentos que iam sendo feitos, eu percebia coisas que antes eu não percebia que faziam determinado barulho.
Eu comecei a perceber que aquela coisa, tinha um som. Pra mim, isso foi o auge, né?
Porque eu fui ver que eu já tinha perdido muita coisa, que eu achava que não.
E o implante coclear estava me devolvendo isso!
Simone: O Daniel teve uma adaptação excelente e rapidamente começou a reconhecer os sons, até porque ele já vinha fazendo um trabalho anterior, foi super tranquilo.
Nós não tivemos muitas dificuldades para que ele usasse.
Valdirene: A adaptação ao implante coclear não é simples, né? Ela não é fácil. Mas não é impossível.
Os primeiros dias são bem complicados mesmo, porque a gente fica naquela ansiedade, querendo entender e a gente não consegue! Então, a gente precisa ter paciência e também tem que ter perseverança para tentar identificar os sons. Tentar auxiliar a fono, no momento do mapeamento e nas terapias auditivas. E não esperar só pela terapia auditiva.
Simone: O que eu posso dizer para as mamães que estão chegando aí, que estão começando a sua trajetória, é que elas devem acreditar nos seus filhos, né? Devem acreditar na sua escolha. Devem estar sempre ali por perto, aproveitando todos os momentos possíveis, para estar estimulando essa criança.
Participar das atividades com a fono, estar indo na escola, estar dentro de casa, às vezes, na rotina mesmo para a casa, rotina de lavar roupa, de lavar louça, de ver o jantar, aproveitar todos esses momentos para estar estimulando, para estar incentivando essa criança. E curtir, né? Curtir todas as vitórias, todas as conquistas, todos aqueles momentos, né? O primeiro “mamãe”, as primeiras conquistas. Não deixem passar. Curtam. Estimulem a sua criança, comemorem com ela. Estejam sempre por perto, porque essa escolha precisa que a família participe. Não ficar prestando atenção no desenvolvimento das outras crianças, mas sim, no desenvolvimento da sua criança: o que ela era e o que ela é hoje. E com certeza, será um sucesso.
Valdirene: Eu costumo dizer que o implante coclear é um milagre, mas não é uma mágica.
Ele te devolve ao som. Te devolve um sentido, a partir do momento em que você está usando aquela parte externa.
Porém, ele não faz mágica! Não é “colocou e de repente, você está ouvindo e entendendo tudo”. Então, a gente tem que ter um pouquinho de paciência, para fazer todo esse trabalho de formiguinha, que o implante auditivo é.
Agradeço às duas por ajudar nesse projeto de compartilhar informações sobre o implante coclear e, principalmente, ajudar pessoas que estão nessa fase de adaptação ao implante.
Obrigada pela generosidade. A história de vocês é muito bonita e eu espero que vocês compartilhem muito essas histórias para ajudar muitas e muitas pessoas.
E me sigam no instagram @LakLobato ou na página do Facebook “Desculpe, Não Ouvi!”.
Beijinhos sonoros e até o próximo vídeo!
Lak Lobato