Ano novo e o implante coclear

E ai, pessoal, como foram de natal, ano novo e férias (pra quem teve) de final de ano? Espero que bem…

No meu caso, essas datas tiveram um toque especial, porque simbolizaram o primeiro natal, primeiro ano novo e, porque não, primeiras férias de implantada. Como vocês sabem, o implante ainda está baixo e eu ainda não tenho grandes capacidades de reconhecer sons muito complexos. Mas felizmente, boa parte da graça é descobrir os sons simples mesmo, esses que passam despercebidos pra grande maioria dos ouvintes.

A primeira coisa mágica que eu descobri foi a graça de assistir filme prestando atenção na trilha sonora. Não me lembro de prestar atenção nisso quando criança e, depois de surda, eu não tinha como reparar nisso. Assisti um monte de filmes, alguns da década de 80’s, tipo Dirty Dancing (vi na companhia da KK, que veio pra SP especialmente pra isso hihihi). Que diferença ver a Baby (personagem principal do filme) dançando ao som de várias músicas com ritmos diferentes, alguns que eu conhecia porque imaginava exatamente como é, outras que imaginava bem diferente e ficava com aquela cara de boba,  de quem diz “nossa, é isso mesmo?”.

No natal, senti que a festa ficou mais rica. Mais cheia de gente, de graça. A audição é o sentido que, especialmente, nos une, que nos integra. Aquela sensação de estar mais presente, era o que eu sentia, ao ver as pessoas rindo e falando. Não que com o AASI eu não ouvisse, mas é que tudo parece muito mais mesclado, quando com o IC, percebe-se bem a clareza dos sons… Ainda que, no auge da festa, tudo tenha virado uma barulheira que só. Mas, hehehehe, faz parte…

Já no ano novo, explosões! Os tais fogos descritos no título do email. Passei a virada do ano na cobertura do meu prédio, onde dava pra ver os fogos da Avenida Paulista (sou de SP, né?). E, de longe, o barulho não chega a ser incômodo (não sei de perto, confesso) mas ouvir cada explosão exatamente como eu lembrava que era foi uma emoção toda especial. É  uma sensação muito difícil de explicar, porque eu imaginava uma coisa, o AASI me trazia outra aos ouvidos e o coração ficava decepcionado. Com o IC, não. O som é exatamente como eu imagino (se visse os fogos sem aparelho nenhum)…

Sei que há uma longa jornada de retorno para ouvir próximo do que vocês ouvem, mas devo admitir que é uma jornada prazerosa, porque todo o caminho é decorado de descobertas, de pequenos prazeres auditivos, de reencontros. Por isso, o tempo se torna um aliado e não um pesar…

Desejo que 2010 seja tão mágico pra vocês, como tem sido pra mim essas últimas semanas!!

Beijinho,

Lak