Happy Valentine’s Day

Apesar de que aqui no Brasil o dia dos namorados seja em junho, boa parte do resto do mundo comemora o dia dos namorados em 14 de fevereiro.

Então, resolvi fazer um breve post em homenagem ao meu ‘namorado’ (ele já foi promovido a marido, vocês sabem, mas marido não precisa deixar de ser namorado) por conta de uma conversa (que já foi publicada no Facebook, quem me segue lá já viu) que tivemos.

Certo dia, li num blog um texto contando sobre como é se relacionar com uma pessoa com deficiência auditiva. Eu achei o tom da autora um tanto cheio de dificuldades escancaradas, pra terminar com um ‘mas o amor supera tudo’. Tudo bem, respeito que nem todo mundo seja otimista ao extremo igual a mim, mas não deixei de comentar que não acreditava que meus namorados ficassem tão focados na deficiência assim. Sempre tive a sensação de que, pra eles, o fato de eu ter pouquissima audição era mero detalhe e que não fazia lá muita diferença.

Alguém, então,  comentou sobre meu comentário e disse algo tipo ‘eu achava que as mulheres tinham mais paciência de se relacionar com pessoas com deficiência, mas o comentário da Lak mostra que não é bem assim’. Cá entre nós, eu detesto sexismo e não acredito que ‘mulher tenha mais paciência’, é uma característica individual. Existe mulheres pacientes e mulheres impacientes. Homens pacientes e homens que são verdadeiros vulcões prestes a entrar em erupção. Mas, como sei que sou uma voz solitária anti-sexismo, vou mudar o rumo da prosa.

Podia ser também que eu não enxergasse o obvio e que fosse muitissimo complicado pra quem está comigo namorar uma deficiente auditiva. Então, o que eu fiz? Pedi para o Edu escrever um texto contando como é se relacionar com uma pessoa como eu.

Edu me olhou com aquela cara fofa e perplexa que só ele sabe fazer (um tanto ‘valha-me, Deus, mas que bobagem é essa’) e simplesmente disse: ” Eu não tenho nada de especial para dizer, para mim é normal. Alias, só fui casado com você”

Para mim, soou perfeito. Ele não tinha nada a dizer, porque a surdez não fica em foco, ela é um detalhe como qualquer outro. Ele é casado com o conjunto.  Para ele, o fato de eu não ouvir não acrescenta nem abstrai nada, simplesmente faz parte e, justamente porque faz parte, não interessa ficar elocubrando isso. Exatamente o que eu tinha dito no meu comentário sobre o texto, não era mera impressão minha!

Portanto, acho que o segredo é simplesmente amar, sem se preocupar com detalhes. Nada de ‘amo, apesar de ser difícil se relacionar com alguém assim’. Simplesmente amar e mais nada.

Por isso, desejo um Happy Valentine’s Day pra todos que amam sem a menor reserva!!

Beijinhos sonoros,

Lak