I Encontrinho de Implantados de Curitiba (PR): Como Foi

Sábado último, dia 15 de junho de 2013, foi realizado o primeiro encontro de implantados, aparelhados, Libras, familiares, profissionais, simpatizantes e agregados em Curitiba, o qual tive a maravilhosa oportunidade de estar presente.

O encontrinho, bastante informal (o que é melhor, porque evento profissa logo de cara intimida quem nunca participou), foi organizado pela Denise Dupczak, que coincidentemente é uma das leitoras mais antigas aqui do DNO e pela Dani Guidugli, ambas implantadas. Julia, filha da Dani de 1 ano e meio também é implantada!!

O local foi muito bem estrategicamente escolhido, a praça de alimentação do shopping Novo Batel, que é hiper tranquila e com excelente acústica, o que permitiu muita conversa entre os participantes.

Veio gente de outros estados e dos arredores de Curitiba. Gente com implante, gente com aparelho, gente falando Libras, ouvintes infiltrados, fonoaudiólogas e até uma médica. Gente interessada no IC, querendo esclarecer dúvidas sobre o potencial da tecnologia, de acordo com o próprio caso.

Muita conversa séria e muito bate papo descontraído. Com direito a participação da ADAP e até teve sorteio de pilhas e outras coisinhas. Eu ganhei um marca livro fofíssimo da ADAP, adorei!!

Mas, deixa eu contar a melhor parte do evento (pra mim, porque eu sou egocêntrica, já desisti de tentar disfarçar).

Papo vai, papo vem, uma senhora que estava sentada com a  filha numa mesa foi chamada pro grupo – porque como a maioria das pessoas não se conhecia pessoalmente, foi necessário chamar quem estava deslocado – veio na minha direção. Perguntou, toda tímida, se eu era implantada. Respondi “biimplantada” e a filha dela, Carol, ficou toda empolgada com minha experiência do bilateral. Começamos a conversar e ela contou que a única dificuldade que incomodava era falar no telefone. Que acabava optando pelo viva voz, que era a maneira de ouvir melhor.  Como eu estava numa wibe de falar do cabo de audio (explico, semana passada, liguei pra um amigo e ele não atendeu, mas me retornou 10 minutos depois, só que não consegui ouvir o que ele dizia porque já tinha entrado num restaurante hiper barulhento e desliguei. Logo depois de desligar, me veio a sensação de que eu poderia ter usado o cabo de audio para reduzir o barulho ambiente, já que funciona muito bem na academia. Testei com minha mãe depois e funciona que é uma maravilha) comentei dela testar usar o celular assim. Daí o Edu sugeriu que ela testasse e, como ela usava o mesmo processador, testamos com uma música.

A reação da Denise foi como me ver no espelho. Inicialmente, ela não queria sequer testar música, porque “não gostava” (aqui entre nós, é um não-gostar que a gente desenvolve por defesa, para não sofrer, conheço muito bem essa sensação), mas aceitou diante de um pouquinho de insistência nossa. Liguei a música, escolhida aleatoriamente e… Deu pra ver os olhos dela brilharem ao exclamar “É a primeira vez desde que ensurdeci que ouço música com clareza”. Resp0ondi “É bossa nova!”.  E ela “Bossa Nova…” sorrindo, até as lágrimas transbordarem. Chorei junto, porque foi a situação mais linda que já pude assistir….

Soube depois que alguém tirara uma foto do momento, porque nem todas as palavras do mundo são capazes de descrever a dimensão do que significou poder ouvir uma música depois de achar que não poderia mais…

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Com Denise, enquanto ela ouvia os primeiros acordes. A música, escolhida aleatoriamente, não poderia ser mais simbólica “Chega de Saudade”

 

De todos os encontros que já tive, acredito que nenhum foi tão poético.

Beijinhos sonoros

Lak

p.s. Não sou todos os kits que vem com cabo de áudio, mas quem tiver o item, vale a pena testar. A função é similar ao do TeleCoil (a bobina) ativada, que restringe o som ambiente. Pessoalmente, prefiro o cabo, mas tem gente que prefere a  bobina ativada. Vai de cada um.

10 Resultados

  1. soramires disse:

    Não vou chorar, não vou chorar, não vou chorar…mentira. Essa lagriminha insistente brota e escorre! Poder ouvir música que coisa divina!
    😡

  2. Denise Dupczak disse:

    São pequenas coisas, mas que fazem uma diferença tremenda! Lindo o teu momento com a minha xará!
    E mais uma vez, obrigada pela presença! 😈
    Bjo

  3. Roner Dawson disse:

    Muuuito bom ver esta animacao e a a participacao global.
    Parabens pra todos e vamos ao segundo, terceiro e por ae vai!!!
    Abracos, 🙂

  4. Crisaidi Bento Sodré disse:

    Depois de ‘escutar’ essa história (ela me contou pessoalmente!) e ver essa foto, me lembrei daquelas ‘histórias que aquecem o coração’ e provam que viver vale muito a pena!

    Essas ‘histórias que aquecem o coração’ são relatos de um livro que minha professora Graça conta em aulas de Ioga.

    Como já disse para a Lakshmi, ela merece um livro!

  5. Crisaidi Bento Sodré disse:

    PS: Como diz uma propaganda… “isso não tem preço!”

  6. Gilma disse:

    Não aguentei chorei, e o sonho da minha filha, ela quer implantar só pra escutar música, por isso que fico na insegurança de implanta-lá e se eu implantar e ela não escutar música, vai ser a maior decepção dela…é o risco…A vontade dela e tão grande que se ela implantar acho que ela vai conseguir escutar música…

    • Avatar photo laklobato disse:

      Gilma, se ela quer fazer o IC para ouvir música é porque ela não consegue ouvir, né?
      Então, encare assim: Se ela fizer e conseguir, ótimo. Se ela fizer e não conseguir, haverá ainda outros benefícios. É uma possibilidade. Mas, sem fazer, a única certeza é que ela vai continuar não ouvindo musica.
      Beijos

  7. teresa disse:

    Lak, amei muito mesmo o encontro, a conversa, a cidade e etc…..!!!.

    Bjos.

  8. Raul disse:

    Eu a vi chorando de longe, mas achei que estava chorando de emoção por estar conhecendo a famosa Lakita. 😥

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