Música para os meus ouvidos implantados

Desde que fiz o IC, depois de 23 anos de privação sonora, resultante da sequela de caxumba aos 10 anos de idade, sempre tem alguém me perguntando a respeito de música.

Admito que gosto de ouvir música, mas não com a mesma frequencia que ouvintes costumam ouví-las. Tem dias que acordo inspirada e ouço um monte (tem até alguns posts meus dedicados à reflexões musicais aqui no DNO), mas a maior parte do tempo, salvo se eu esbarrar em algum lugar com música ambiente, sequer me lembro de ouvir música.

Não sei se é apenas falta de hábito apenas…

Enfim, esses dias, me deparei com um vídeo que um músico fala sobre música para implantados. A descrição que ele faz de música é a definição mais linda que já li.

O vídeo tem legendas que podem ser ativadas, em português.


Fonte

Gostei muito do vídeo, apesar de discordar em certo ponto. Ele fala que a gente não ouve como os ouvintes – isso nem contesto – e por isso não é tão bonito. Ok, o cara é música e fala da beleza da música de maneira artistica e tal. Mas, sinceramente, conheço muito ouvinte com gosto musical discutível, então… Gosto e beleza é uma coisa relativa demais para alguém dizer que implantados não gostam verdadeiramente de música, é questão de perspectiva e não cabe julgamento desse porte. Isso é pessoal demais… De resto, achei o vídeo bem bacana.

Espero que tenham gostado!

Beijinhos sonoros e neste sábado, 03 de março, teremos post especial.

Lak

8 Resultados

  1. Marisa Teixeira disse:

    O tal músico é implantado??
    Se é, antes ele ouvia normal?
    Como ele pode saber a diferença entre como uma pessoa normal ouve e um implantado ouve???
    fiquei cheia de dúvidas… cê viu né? kkk

    • Avatar photo laklobato disse:

      Acho que ele fez uma equalização da música de acordo com o que o IC é capaz de captar… ouviu a diferença entre a música normal e só com as frequencias que o IC capta?
      Nesse ponto, não dá pra discordar, pq o IC é um aparelho e, como tal, tem limitações comparado ao ouvido humano natural.
      Só discordei do ponto que ele diz que é feio. Isso é juizo de valor. Ouvir música do jeito que eu ouço, pra mim, está ótimo e eu sou surda adquirida, posso comparar. Enfim…
      Beijos

  2. Deborah disse:

    Lak, eu entendi um pouco diferente de vc. Eu entendi que ele, como médico e estudioso, sabe que o IC ainda tem muito a melhorar, que ainda falta muito para atingir a perfeição e que é o que eles estão buscando. Que é claro que o que já se tem é ótimo, mas que o que se pretende é restaurar inclusive a beleza de se ouvir. Concordo com vc que a beleza é uma questão de gosto. Eu, ouvinte, sou capaz de viver em silêncio (já te disse isso mil vezes), não sinto falta de música, sou extremamente seletiva no que eu ouço (na questão musical) e, ao mesmo tempo, não faço a menor questão de high fidelity. No primeiro exemplo que o doutor mostrou, não ouvi nenhuma diferença. No segundo sim (o do trompete e o violino). E não sei se concordo com o doutor. Se eu ficasse surda, eu quereria escutar o básico e até o não básico (a chuva caindo, a lata de refrigerante abrindo – aprendi contigo! – e sei lá mais o que), mas o 5.1 dolby estéreo não sei das quantas que o meu marido e o meu cunhado tanto curtem, ah, isso eu não faço nenhuma questão não. Já não ouço diferente hoje. Bjs

    • Avatar photo laklobato disse:

      A beleza de ouvir não pode ser julgada pelo parâmetro da ciência, aqui que está… Beleza é uma coisa relativa, varia de pessoa pra pessoa. Ouvir música não é o objetivo de vida de todo mundo. Estudar música clássica, menos ainda. Ele fez um julgamento baseado no que ELE acharia bonito. Nesse ponto, eu discordei. Só cada um de nós é capaz de falar, com propriedade, o que acha realmente bonito. A beleza é social, mas em termos. Porque sofre um critério individual, não coletivo.
      Só isso. Beijocas

  3. Deborah disse:

    Lak, se vc me permite, eu fui pesquisar o Dr. Charles Limb. Ele é um otorrino, cirurgião de cabeça e pescoço, pesquisador em neurologia no John Hopkins Hospital. Formado em Harvard e em Yale. Não é pouca coisa não. Além disso, ele é músico e usa a música em seus estudos e pesquisas.
    Dá uma olhada neste link.
    http://www.hopkinsmedicine.org/otolaryngology/our_team/faculty/limb.html
    Depois neste:
    http://brainposts.blogspot.com/2011/01/brain-and-musical-creativity-ted-talk.html?z

    Fiz questão de colocar este comentário separado para te deixar à vontade para aprovar ou não. Se vc preferir, formate a informação e use como vc quiser. Ou não use. Mas, que vc achou uma fera no assunto, achou.

    Bjs!

  4. Ewerton Luiz disse:

    Lembro de tempos atrás ter lido em um livro sobre música, algo sobre assunto mais erudito, uma das maneiras de se aprender música seria transformar as notas musicais em números matemáticos, na realidade as ondas sonoras nada mais são que conceitos matemáticos, procurei por tempos e não achei, infelizmente.

    Assistindo este vídeo irei procurar para me inteirar mais sobre o assunto.

    Sons são percepções que nosso cérebro decodifica, mas varia muito de pessoa para pessoa, é algo muito subjetivo, como degustar vinhos, saborear pratos diversos, etc… é assim que reconhecemos uma pessoa pela fala mesmo ao telefone, são identidades inerentes à cada pessoa.

    Fiquei com vontade de conhecer mais este médico, será que ele escreve livros como Olivier Sacks ou Irvin D. Yalom? São leituras saborosas curtindo sons com saxofones, pianos…

    Gostei muito deste teu post, mande outros. 🙂

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