Nossos amigos cyborgs
Ontem li uma notícia contando a história de um rapaz de 24 anos que passou quase 2 anos sem um coração no peito. Ele sobreviveu todo esse tempo com um coração artificial implantado no tórax, até conseguir o transplante de um coração real. A princípio pensei: mas se funciona, por que não deixaram o coração artificial lá? Até eu ver como é o tal aparelho.
Fiquei imaginando como seria se essa tecnologia melhorasse ao ponto de não fosse mais necessário transplantes, afinal um coração totalmente implantável poderia resolver problemas de rejeição e o paciente provavelmente não precisaria tomar medicamentos o resto da vida.
Engraçado foi que, enquanto eu pensava sobre essa possibilidade, Edu me lembrou que esse aparelhinho minúsculo que uso atrás da minha orelha, um dia foi uma coisa gigante que ocupava toda a parede de uma sala.
Você sabia disso? Pois é isso mesmo. Os primeiros protótipos de implante coclear ficavam instalados dentro de um laboratório.
Nessa foto, também dá pra ver que o paciente George Watson (à direita) está com uma bolsa a tiracolo. Esse já é um upgrade para um processador de som muito mais avançado e portátil.
Agora ele já podia ouvir fora do laboratório, apreciar os sons da natureza e ter uma conversa com amigos no café.
Olha só o kit que ele tinha que carregar pra lá e pra cá (sim, ele tinha que andar segurando um microfone):
Desde o início dos protótipos utilizados por pacientes pioneiros, a tecnologia do implante coclear foi evoluindo e diminuindo, passando pelos modelos de caixinha, processadores cada vez menores e mais potentes, sistema FM, microfones sem fio, conexão a tudo quanto é eletrônico.
A parte interna também diminuiu consideravelmente.
Olha essa foto o Prof. Graeme Clark – fundador da Cochlear – mostrando o primeiro implante coclear multicanal criado por ele:
O que era quase do tamanho de uma caixa de fósforos, hoje é desse jeito:
E toda essa tecnologia está sendo usada para outras deficiências.
Recentemente foi aprovado o uso de implantes oculares – o olho biônico – para pacientes nos Estados Unidos.
Um implante chamado Argus II, da empresa Second Sight, funciona de forma muito similar ao implante coclear.
A parte externa possui uma câmera acoplada a um óculos. A imagem desta câmera é processada por um processador de caixinha (como dos antigos ICs). O sinal digital é enviado à uma antena (como a nossa) que transmite os dados para uma matriz de eletrodos implantada na retina do paciente. Os eletrodos estimulam os receptores da cóclea, que enviam a percepção de imagem para o cérebro.
Como está muito no começo, a imagem ainda tem uma resolução bem baixa. As pessoas que já utilizam esse implante dizem que enxergam apenas vultos, fontes de luz e formas de alguns objetos.
Mas como nós, cyborgs de carteirinha sabemos, cada caso é um caso e o que nosso cérebro é capaz de fazer com essa informação é impressionante. A tecnologia tem ainda muito a evoluir em breve devemos ver processadores totalmente embutidos nos óculos e imagens com qualidade cada vez melhor.
Nós, usuários de IC, somos um dos primeiros grupos a ter tecnologias implantadas especialmente para melhorar a nossa qualidade de vida e burlar uma limitação biológica. Mas, como podemos ver não vamos ficar sozinhos por muito tempo. Novas tecnologias estão chegando para ficar e logo mais teremos muitas companhias. O futuro é dos cyborgs!
Beijinhos sonoros
Lak
Interessante!!!! 🙂
Está atualizado é mto importante.Se não precisa. agora,pode precisar um dia
A tecnologia é brilhante….ainda mais Deus abençoando seres extraordinários para inventar tudo isso!