Marlee Matlin atriz e surda
Há um tempo atrás, minha amiga Diéfani publicou uma série de texto no blog dela, Igualmente Diferentes, sobre pessoas famosas com deficiência auditiva. Uma delas, era a atriz americana Marlee Matlin, surda.
De vez em quando, alguém comenta que “viu uma atriz surda nalgum programa” e me pergunta se eu sei de quem se trata.
Sei quem ela é, claro, porque por uma dessas coincidências inexplicáveis do destino, ela ganhou o Oscar de Melhor Atriz exatamente 1 mês depois de eu perder a audição. O que foi absolutamente fundamental para eu saber que não existia limite para a minha limitação sensorial.
Segue abaixo uma minibiografia da atriz, devidamente sequestrado do Blog da Di, com os devidos créditos, claro.
Marlee Beth Matlin nasceu em Morton Grove, Illinois no dia 24 de Agosto de 1965. Ficou surda devido a seqüelas deixadas por roséola quando tinha somente 18 meses de vida, o que a fez perder completamente a audição no ouvido direito e 80% no ouvido esquerdo. Ela terminou o colegial na John Hersey High School, que apesar de ser uma escola normal, sempre foi muito bem renomada por sua acessibilidade para pessoas com deficiência, especialmente aos surdos. Depois de terminar o colegial, freqüentou Harper College por dois anos.
Marlee com a estatueta do Oscar, em 1987.
Marlee debutou nos palcos quando tinha 8 anos como Dorothy, em uma adaptação de O Mágico de Oz realizada pelo Centro Internacional de Surdez e Artes. Ainda trabalhando em adaptações especiais, Marlee foi descoberta por Henry Winkler e estreou nos cinemas com Children of a Lesser God (traduzido para o português como: Os filhos do silêncio) que deu a ela o Oscar de melhor atriz, tornando-a a atriz mais jovem a receber uma estatueta e também lhe rendeu um Globo de Ouro por melhor atriz na categoria drama.
Matlin atuou em várias séries televisivas como CSI:NY, E.R., Desperate Housewives, Reasonable Doubts, Seinfield, The Outer Limits, Law and Order, Blues Clues e the West Wing.Em 2006 ela integrou o time do programa Extreme Makeover: Home Edition e tamém escreveu um romance chamado Deaf Child Crossing que foi baseado em sua própria infância.
Foi também em 2006 que Marlee estrou em The L Wordcomo uma escultora lésbica e surda. Ela apareceu nas temporadas 4,5 e 6 como namorada de Bette Porter ( Jennifer Beals). Foi esse papel que fez com que ela ficasse conhecida e fosse muito admirada pela comunidade LGBT.
Em The L Word, além de Jennifer Beals, Marlee atuou ao lado de grandes nomes como Cybill Shepherd, Laurel Holloman e Pam Grier.
Marlee continou fazendo algumas participações especiais em seriados e em 2008 participou do programa Dancing With the Stars e foi muito bem até ser eliminada na 6ª semana. Ela foi a primeira deficiente auditiva a participar do programa.
Em Dancing With the Stars com Fabian Sanchez
Além de atriz, Marlee está envolvida em várias causas beneficentes como; Elizabeth Glaser Pediatric AIDS Foundation, VSA artes, e a Cruz Vermelha. Ela recebeu doutorado honorário da Gallaudet University em 1987 e em 2007 foi apontada para fazer parte do Comitê de Confiança da Gallaudet University.
Matlin é casada desde 1993 com o policial Kevin Grandalski. O casal tem 4 filhos; Sara Rose nascida em 1995, Brandon Joseph nascido em 2000, Tyler Daniel que nasceu em 2002 e Isabelle Jane nascida em 2003.
Com o marido, Kevin Grandalski e os filhos.
Em Abril de 2009, Marlee lançou outro livro entitulado I’ll Scream Later (Eu Gritarei Depois) onde fala de sua relação abusiva com o ator William Hurt, e conta sobre o abuso sexual que sofreu nas mãos de uma babá.
Espero que gostem.
Beijinhos sonoros,
Lak
Nice post! Gostei. 😀
Já vi essa atriz por aí… Mas nem sabia que era surda.
Outra atriz surda que conheço é a Shoshannah Stern, que participou das séries Weeds e Jericho, entre outras coisas. http://www.imdb.com/name/nm0998074/
Bem legal. Não sabia o nome dela, mas já tinham me falado a respeito. Enfim, existem surdos famosos por aí!
Beijinhos
Eu já a conhecia antes da perda do Felipe, mas não sabia da história dela.
Mas quando Felipe perdeu a audicao, acabei conhecendo, pois ele tb perdeu por causa de uma Roséola.
Ela é implantada? Isso eu não sei.
Bjs
Eu acho que não, viu? E basicamente, ela é bilingue, né? Mal se vê ela falando oralmente, ela usa mais o ASL.
Felipe foi por rubeola tb? Puxa, essa doença deixa bastante gente com sequela, heim?
Beijos
Oi Lak, sempre admirei o trabalho de Marlee Matlin e tive uma grata surpresa quando a vi em The L Word, sua atuação como a escultora Jodi Lerner foi muito boa.
Por falar em séries, na série Glee há um personagem cadeirante, Artie Abrams interpretado pelo ator Kevin McHale, que faz parte do coral. Um dos episódios em particular me achamou muito a atenção, quando Artie foi discriminado pelos colegas e o professor do coral os “puniu” fazendo com que eles passassem um determinado período do dia andando em cadeiras de roda pela escola para sentirem as dificuldades pelas quais o companheiro de grupo passa no dia a dia. Em outro epísódio um coral de alunos com deficiência auditiva aparece como um dos concorrentes no campeonato de corais.
Beijo pra tu! 😉
Ah, eu vi essa cena do coral, o Jairo (do Assim Como Voce) colocou no blog dele….
Acho bacana inserir PcDs em seriados, mostrando algo alem de coitadismo, mas de integração. Faz parte da vida, poxa…
Beijos
Nao sabia que ela existia e muito menos surdaa.
Gosteii.. obrigada por compartilhar pequenas coisas e importante com nós..
Bjos. Re
Hehehehe a gente vai compartilhando uns com os outros, ne?
Beijo
Pois é…cada um puxa a brasa prá sua sardinha! E eu aproveito prá realçar a necessidade da vacinação. As pessoas acham que são doença banais e muitas vezes deixam de vacinar os filhos que irão passar por situações dolorosas e desnecessárias. Como pediatra acredito que vacinar é além de um ato de amor, uma questão de responsabilidade.
Obrigada por compartilhar tanta coisa boa Lak!
Beijos!
é, mas mesmo vacinando, ainda existe quem não fique imunizado. Não dá pra saber quem “os pais tiveram culpa” e quem “os pais não tiveram culpa”. Karma individual de cada um. 😉
Beijos
Não é questão de culpa!!! O que eu estou aqui dizendo é que não dá prá optar em não vacinar, sómente por acreditar que trata-se de doença simples e portanto desnecessária a vacina. Claro que algumas vezes mesmo vacinadas as pessoas correm o risco de contrair a doença, mas assim como na discussão de “implantar ou não”, o que eu penso é que nós pais e médicos, não podemos deixar que uma criança que tem chance de não contrair uma doença, deixe de ser protegida porque os pais resolvem não vacinar! Quem mais sofrerá no caso de se contrair a doença, é a criança que não teve como escolher!
Deu prá entender? Em momento nenhum quero culpar os pais de crianças que mesmo vacinadas foram atingidos pela doença, estes pais sofrem juntos com seus filhos!
Minha resposta Zuleid, é que sempre dão a entender que se a criança teve a doença é porque não tomou vacina. Eu tomei todas as vacinas e tive a maioria das doenças infantis. Tive catapora, sarampo, coqueluche e caxumba. Fui vacinada contra todas elas. E tive sequela de caxumba (é a causa da minha surdez). Não sou contra vacinar. Tem mais é que vacinar mesmo, vacina existe pra isso. Eu mesma, depois de adulta, por causa do implante, sou obrigada a tomar 3 vacinas o resto da vida, pra previnir meningite (reforços a cada 5 anos). Vacinas caras, que não dão em posto de saúde e a maioria das pessoas nem toma, porque não faz parte do quadro publico de vacinação…
Muito pelo contrário, eu sou totalmente a favor de vacinar o máximo possível.
A questão é que não dá pra deduzir que todas as crianças com sequelas não foram vacinadas. Provavelmente boa parte foi e teve a doença, com sequelas, assim mesmo. Vai entender…
Por isso que falo: existe algo além de mero acaso. E, como sou adepta ao hinduismo, acredito que é o karma individual de cada um. A gente faz a nossa parte, mas isso não significa que o destino não possa ser mais forte.
Beijos
Adoro quando os textos do meu blog são duplamente bem utilizados hehehe. E Marlee sempre foi uma atriz muito admirada por mim, mesmo quando eu ainda nem sonhava em ficar surda. Acho ela uma pessoa fenomenal, e eu tive o prazer de acompanha-la por mais 3 anos em The L Word aonde além de surda era homossexual – o que eventualmente fez com que eu me identificasse MUITO com a personagem hehe. E perguntaram se ela é implantada. Não, ela não é implantada é bilingue, lê lábios maravilhosamente bem, mas por questão de comodidade e ignorência alheia ela tem interprete a tiracolo. Inclusive em Dancing With The Stars o interprete estava junto, mas não era usado toda hora. Em The L Word eu vi ela falando bastante, porque a maioria das personagens não sabiam linguagem dos sinais.
Valeu pelo adendo…
Pode ser que ela use interprete pro conforto dela, não meramente por comodismo. Enfim, tanto faz, contanto que ela seja feliz e nós tb.
Beijos
Concordo com você Lak! Em gênero, número e grau!
E é uma vergonha o que vemos ser feito com o dinheiro público em escândalos e roubalheiras e tanta gente precisando de vacinas, tratamentos, implantes e ou transplantes que poderiam ser custeados com este dinheiro! Bom, enquanto isto vamos fazendo nossa parte que é batalhar por melhores condições prá todos!
Beijos e boa noite!
[oops]
Sabe Lak, lembro-me de em criança vê-la em todos os filmes e episódios de Série na TVI, sempre me soou bizarro a forma como ela comunicava através das mãos… confesso que houve momentos na qual muitas vezes inventava uma palavra para cada gesto produzido e por ser tão incompreensível, tão tão tão fora da minha realidade, recorri na legendagem, claro também não ter tido interesse em entender a semiótica e códigos visuais daquelas mãozinhas a bailar.
Outro assunto, não pude deixar em branco a respeito da vossa conversa sobre medicamentos e afins, a minha Surdez foi devido a uma vacina do Sarampo, resultado? Trouxe-me sequelas: a Surdez… o meu organismo não reagiu bem à administração da própria vacina, podia ter ficado cega ou com paralisia cerebral… o problema é que ninguém sabe os efeitos colaterais e potenciais das vacinas/medicamentos por não haver um estudo de cromossomas a nível de genética. Uns reagem bem, outros não.
Ninguém prevê, muito menos especialistas. Até hoje há medicamentos que não posso tomar, evitando o agravante…
Beijinhos!!!
Sun
Pois é, eu acho vacina importante sim, como disse. Mas não curto muito essa postura dos médicos de culpar os pais das crianças que tiveram sequelas de doenças, acusando-os de não vacinar os filhos. Como eu disse, vacina serve pra MAIORIA, mas não é infalível. Você teve sequela da própria vacina e, no meu caso, não conseguiu evitar a doença.
A medicina tem limitações e precisa reconhecer isso, não acusar os pacientes de negligência para com os filhos. Se eles não podem prever as fraquezas das vacinas, como podem acusar os pais de qualquer coisa, antes de ter informação?
Pois é, surdez com uso de língua de sinais, não é a minha realidade. Mas como disse a Diéfani, ela fala. Provavelmente, usa a língua de sinais nos programas por pura necessidade da mídia de manter o estereótipo. Afinal, um surdo que fala não é visualmente “surdo”, teria gente duvidando da veracidade do programa e blablabla. No fim, acabam mantendo o estereótipo e a gente que dança nessa.
Beijinho
Lak,
Queria deixa aqui uma info: ela teve ROSEOLA… e nao RUBEULA.
Foi o mesmo caso do Felipe.
Roseola não tem vacina.
É uma virose realtivamente branda, são tres dias de febre alta e após aparecem umas marquinhas vermelhinhas pelo corpo.
Tenho brigado bastante para que os medicos acreditem que essa virose pode deixar sequela, pois eles hoje tratam como se fosse uma gripe boba.
Alem dela e do Felipe, encontrei uma terceira pessoa, uma menina aqui do RJ tambem. Ela na epoca fez todos os exames e foi comprovado que era Roseola.
Bjs,
Ale
Valeu pelo adendo, Alê!! Nem eu reparei nessa diferença e não conhecia roseola.
Você não quer nos agraciar com um post sobre isso? Meu blog é nosso blog e, se você quiser trazer a informação de roseola à debate, seria muito bem vinda aqui.
Bacios