Quando a vida imita a arte…
Quando eu era criança, queria ser atriz. Acho que a maioria das meninas tem esse sonho, embora hoje em dia, querer ser modelo deve superar.
Até meados da adolescência, eu levava esse sonho super a sério, no sentido de que queria passar a vida em cima do palco.
Fiz curso de teatro na escola. Era extracurricular e bem simplezinho, porque não chegava a ser um curso, a gente ensaiava pra uma peça durante o semestre letivo e apresentava ela no final.
Lembrando que eu pedi a audição aos 10 anos, esse curso foi aos 13 e eu fazia fono duas vezes por semana, nessa altura do campeonato, eu ainda falava como ouvinte e tudo bem…
As peças eram bem bobinhas, típicas de adolescentes. Uma delas, eu nem lembro direito do que se tratava. A outra, era uma agência matrimonial, com os clientes mais doidos possíveis. Um dos papéis que eu fazia, era uma dançariana indiana (óbvio, sou muito anterior à novela, no que toca cultura indiana haha).
No dia da apresentação da peça, minha fono, que é xará da minha mãe, Eliane, levou a filha mais velha pra assistir a peça. Na época, ela devia ter uns 3, 4 anos e ficou encantada com a minha dançarina – lembrando que eu inventei os passos e usava uma roupa indiana composta de calça, corpete e sapatilha, nada demais – e ela passou a peça toda falando “ai que linda, parece uma bailarina”. Quando, no final da peça – que era sequenciada por outra, de outra turma – sentei-me do lado da minha ex-fono e sua filha, Eliane me apresentou pra menina que respondeu:
“- Ah, não é ela não. Aquela bailarina foi embora”. =P
Minha mãe contou depois que uma senhora que estava sentada ao lado dela, virou pra ela durante a peça e disse:
– Essa menina é uma gracinha, né? Fica uma graça na peça. E é super corajosa. Porque não sei se você sabe, mas ela é deficiente auditiva. Imagina se qualquer deficiente teria coragem de subir num palco com essa calma toda.
A resposta foi:
– Sim, eu sei que ela é surda. E corajosa. Ela é minha filha!
A senhora ficou vermelha com o comentário e disse:
– Parabéns pra senhora, então.
E minha mãe:
– Pra ela, que é ela quem merece.
– Não, parabéns às duas…. – completou a senhora.
Quando alguém não preenche os requisitos tidos como “naturais” para o sucesso, as pessoas que o rodeiam são parte integrante fundamental pra que a pessoa tenha coragem de lutar contra o fracasso iminente, porque é o que a sociedade espera dele. Desistir é certamente muito mais fácil. Por isso que um pouco de estimulo pode fazer grande diferença.
E, como eu sempre uso de legenda em qualquer foto minha com minha mãe:
“E porque Deus não podia estar em todos os lugares ao mesmo instante, Ele criou as mães”
Beijinhos
Lak
“E porque Deus não podia estar em todos os lugares ao mesmo instante, Ele criou as mães”
Depois de eu ter ficado surda, só pude passar 5 anos com minha mãe. Nos 5 anos em que passei com ela, tive todos os incentivos para me tornar o que sou hoje.
“Desistir é certamente muito mais fácil. Por isso que um pouco de estimulo pode fazer grande diferença.” Verdade. Até que eu poderia desitir por estar ‘meio perdida’ aos 11 anos de idade(foi a idade em que perdi minha mãe – obrigada Deus, por ter me dado essa mãe maravilhosa) bastou me lembrar dos incentivos e cá estou eu apreciando as leituras da Lak.
Não tem sapo anjinho não? Então vale um morceguinho. 😈
Que lindo seu comentário, Leila!! Fiquei emocionada até 😳
podíamos fazer um sapinho tampando o ouvido, seria o sapinho surdo, haha 😉
Vou ver com o designer aqui, se ele topa. Na verdade, a lista tá incompleta. Tem um que fala: “Amo Lalá” hihihi Mas não quis colocar na lista, pq iria parecer que eu sou ainda mais egocêntrica (na verdade, sou mesmo, mas eu disfarço).