Sobre o Cochlear Day e o Implante Coclear na minha vida…
Fazer um post narrando as aventuras de viver o Cochlear Day é quase que ser lugar-comum. Quem foi amou, voltou com mil relatos para compartilhar. Voltou com vontade de mais Cochlear Days, porque foi um dia de festa, de alegria, de compartilhamentos.
Não falo por todas as pessoas, claro. Especialmente casos de insucesso e gente que não se identifica com a audição via tecnologia. Mas, para mim (e para muita gente) o implante coclear significa transformação.Transformações muito fortes na vida da gente. Não somente porque o implante coclear quebra a barreira da surdez. Mas porque ele promove mudanças no dia a dia, na maneira como lidamos com o mundo. É a maneira como a gente escuta o outro. É a forma como a gente conversa. É a interação com o meio ao redor. É a percepção de como o mundo fala conosco o tempo todo. Nada é feito sem barulho, sem conversa, chamando aqui de conversas esses barulhos que as coisas fazem quando movidas ou usadas.
E o Cochlear Day veio para oficializar o sentimento de união. União por uma história de vida pouco comum, que é amparada pelo implante coclear. E aqui no Brasil, a gente ainda não tem muito esse conceito de chamar de família quem não tem laços de sangue conosco. Mas, em alguns lugares, família são um grupo de pessoas que se ajuda, que se cuida, que se apoia. Exatamente o que os implantados tendem a fazer uns com os outros. No caso, apenas ganhamos mais um sobrenome, já que fomos chamados de Família Cochlear. Ainda que tenha vindo gente usuária de todas as marcas de implante coclear. No Brasil, somos apenas por volta 8.000 implantados. É muito pouca gente, numa população de 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva. Onde pelo menos 500 mil teriam indicação para o implante coclear. Por isso, a gente se mistura independente da marca, modelo ou cor de aparelho. Somos todos implantados. Somos todos pessoas com deficiência auditiva que se beneficiam com a tecnologia.
Veio gente de todas as regiões do Brasil. Veio gente com todos os tipos de histórias para contar. Algumas que são exatamente o que se espera ouvir de um surdo. Outros cuja história a gente nem imaginaria que causava surdez. Gente que implantou na hora certa, gente que teve que esperar bastante para implantar. Gente que tem o melhor resultado do universo. E gente que ama o implante pela simples oportunidade de ouvir. A diversidade se fez presente em cada momento do encontro. E todas as pessoas foram devidamente acolhidas, abraçadas, bem recebidas.
Tivemos também a parte corporativa, claro. O presidente da Cochlear América Latina esteve aqui conosco, contando sua própria história com o implante coclear (e não somente com a Cochlear) já que a filha dele também é implantada. Tivemos oportunidade de ouvir – uma tripla oportunidade: porque o IC existe, porque usamos o IC e porque ele veio falar conosco – o engenheiro que criou o implante coclear multicanal, que falou conosco via skype lá da Australia. Tivemos a alegria de receber o mascote da empresa, Coala Kaci. A oportunidade de ver de perto todos os aparelhos e acessórios que a empresa fabrica e oferece.
Mas, volto à idéia de que o ponto mais forte do evento foi a oportunidade única de reunir pessoas de todo o Brasil, com uma história de vida em comum. Mas, sabe, acho que não consigo descrever tão bem o que sentimos naquela hora. É preciso viver, estar lá, compartilhar aquele momento.
Eventos de implantados são isso: momento inesquecível para estar junto, como uma verdadeira família.
Digo e repito: participem desses eventos. Este ano, a agenda de eventos pelo Brasil todo, entre eventos formais e informais, está bem cheia. Se houver algum evento perto de você, participe.
E sobre o Cochlear Day, obrigada à Cochlear por nos proporcionar um dia maravilhoso com a Família Cochlear. Já aguardando o próximo!
beijinhos sonoros
Lak
💓💓💓💓💓
Gostei muito da forma de que como descrevestes a Família sem ser preciso ter laços de sangue . Família IC, muito bem e cá em Portugal também desejo o mesmo. Tenho cá os meus amigos IC muitos especiais !
Também da parte que descreves o que é quebrar a barreira da surdez. Amei !