Edna Trova
Mais uma das lindas #HistóriasQueOuvi, hoje contando de uma outra tecnologia auditiva, o implante ancorado no osso (indicado pra perdas condutivas e mistas), narrado pela usuária Edna Trova, 60 anos, que mora em Indaiatuba e é usuária de implante bilateral.
Não sei a causa, mas eu e meus três irmãos temos dificuldades para ouvir. Nós quatro já precisamos fazer correção de tímpano. Porém, apenas eu precisei fazer duas correções em cada lado. E no fim, utilizo aparelhos desde os meus dezesseis anos.
Há 3 anos, comecei a perceber que estava ficando cada vez mais difícil ouvir com o aparelho que usava na época.
Foi quando procurei um otorrino, Dr. Henrique, que me confirmou que minha perda já estava severa no lado direito e moderada no esquerdo, progredindo para a severa. Um dia, estava olhando a página do Dr. Henrique no facebook e descobri você, Lak. E seu blog “Desculpe, Não Ouvi!”.
Foi engraçado, porque eu queria conversar com você e pedir para te ligar. Você pediu para a conversa ser por mensagem. Só depois eu entendi que você também tinha deficiência auditiva!
Conversamos e você me tirou todas as dúvidas, me deu força para seguir em frente com a cirurgia e até elogiou o médico! Enfim, isso me incentivou da melhor forma possível!
Há três anos, operei o lado direito e, dois anos depois, o esquerdo. Quando decidi fazer o segundo lado, te procurei novamente e, mais uma vez, você me apoiou, disse que seria o melhor e, realmente, está sendo.
Hoje, sou uma pessoa muito feliz, graças primeiro a Deus, ao Dr. Henrique e à fonoaudióloga Eliane, por meu esposo que está sempre ao meu lado. Mas você também, Lak. Porque se você não tivesse sido tão otimista e me incentivado tanto, talvez eu não tivesse optado pela cirurgia.
Você perguntou qual o som que mais me marcou. Na verdade, foram vários! Quando eu ainda usava aparelhos auditivos, aos 16 anos e ouvi pela primeira vez a torneira da cozinha gotejando e o relógio fazendo tic tac, fiquei tão assustada, que até pensei em correr para o quarto dos meus pais e perguntar o que era. Mas, como era tarde, resolvi procurar para descobrir o que eram aqueles sons. Na segunda noite, comecei a ouvir outros sons que eram ainda mais assustadores. Não teve jeito, corri para o quarto dos meus pais e perguntei que sons eram aqueles. Minha mãe levou um susto e respondeu “Tira esse aparelho do ouvido e vai dormir, menina. Esse barulho são só pessoas conversando na rua!”
Quando ativei o meu implante, 90 dias após a cirurgia, voltei digirindo pra casa, achando tudo normal. Aí, quando cheguei em casa, minha cachorra Nina começou a latir loucamente (ela sempre faz isso), mas admito que achei o som muito forte e muito alto, fiquei até um pouco irritada. Outro som que me incomodou também foi o som do meu marido descendo a escada. Mas hoje, estou acostumada com esses sons e podendo aproveitar todos os sons que estava perdendo!