A linda narração de hoje, que compõe mais uma das #HistóriasQueOuvi é de Idalina Rodrigues, de 28 anos, que é candidata ao implante coclear bilateral.

Meu nome é Idalina, tenho 28 anos, moro em Bom Despacho MG, tenho surdez neurossensorial profunda bilateral. Minha surdez é progressiva, descobri estava com idade entre oito e nove anos. Minha família lutou muito para conseguir adquirir aparelhos auditivos pra mim e pra minha irmã, Sofia, que também tem surdez, pois eram e são muito caros. Conseguimos através de ajuda e doações dois aparelhos para cada uma no ano de 2000 e uso aparelhos auditivos desde então. Passei por todos os graus de surdez ao longo da vida e pelas dificuldades advindas dele. Me baseio principalmente pela leitura labial para entender as pessoas. Tenho muita dificuldade em ambientes com barulhos, sofri muito na faculdade pra conseguir entender os professores e no trabalho também tenho minhas dificuldades.
Já tinha ouvido falar de implante coclear, mas os médicos na rede pública nunca me sugeriram ou indicaram mesmo quando minha surdez chegou ao grau severo a profundo, época que eu já trabalhava e estava entrando na faculdade. Mas eu comecei a ler blogs sobre surdez como o Desculpe, Não ouvi, conhecer mais sobre tecnologias que nos fazem ouvir, me emocionar com as experiências e procurar informações. Sabia que pelo tipo de perda, eu seria uma candidata, mas faltava a coragem.
Em dezembro de 2018 perdi um dos aparelhos e não aguentei mais o esforço pra tentar ouvir, marquei com um otorrino especializado em surdez. A consulta seria fevereiro.
Por coincidência, a Lak marcou um encontro em Belo Horizonte no mesmo mês e uns dias antes da consulta. Aquele encontro foi um encontro de almas!
A Lak é uma pessoa simpática e maravilhosa. E conhecer pessoas com o mesmo problema, as mesmas dificuldades, trocar experiências, comprar e ler o livro Desculpe, Não Ouvi me fez ter uma certeza absoluta no coração: eu quero fazer implante coclear! E detalhe: bilateral de uma única vez (risos).
E foi assim que o blog fez toda diferença na minha vida: trazendo informações e sonhos.
Após a consulta e exames, confirmei que sou sim uma candidata e já posso marcar a cirurgia e é o que estou providenciando. 
O som que mais quero ouvir? A voz das crianças. Porque tenho três sobrinhos e só consegui conversar com eles e entender a partir de certa idade e nada é mais doce que a voz de uma criança.