Isabella Mayorquin

Isabella Mayorquin

Isabella Mayorquin, filha de outra implantada Cristina Mayorquin, conta uma das mais incríveis #HistóriasQueOuvi! Isabella tem 23 anos e é de Londrina – PR e é implantada bilateral há menos de 1 ano!

Na minha família todas as mulheres apresentam surdez em algum grau, desde que me lembro como gente via minha mãe usando aasi e lembro da primeira cirurgia dela de implante, eu tinha 10 anos, e a segunda quando eu já tinha 16.
Com isso, sempre soube que seria deficiente, era questão de quando, e foi com 9 anos que comecei a sentir que algo estava acontecendo, já não escutava mais aqueles alarmes de relógio de pulso. Foi então que comecei a usar AASI bilateral, que usei por 13 anos, até faz o primeiro ic em junho/18 e o segundo em novembro/18. Nunca tratei a deficiência como uma barreira: já chorei muito por não escutar uma peça de teatro, já pedi varias vezes para ligarem e se passarem por mim, ainda hoje peço para repetir algumas vezes, mas se precisava me virar, me virava, nem se fosse ficar na calçada esperando chegar a comida porque não escutaria o interfone.
Eu era uma criança, com um mundo totalmente diferente, uma mãe bi implantada em uma cidade que ninguém sabia o que era implante, nem mesmo os profissionais de saúde. Praticamente todas as minhas informações vieram através do blog e hoje do grupo. Quantas vezes te gritei Lak, sem nem mesmo te conhecer ainda, porque precisava de uma informação e não sabia como proceder?
Fora a parte técnica do implante, o DNO mostrou para uma criança, em sua fase de aceitação, que a surdez era um detalhe, e não uma condenação. Você e o blog me mostraram que tudo poderia ser “normal”, precisaria me adaptar, talvez correr mais atrás que os ouvintes, talvez comprar acessórios que me permitam ser independente, como celular com pareamento direto ou relógio vibratório para acordar, mas que tudo só dependia de mim e de eu acreditar que seria possível. Hoje sou formada, sem maiores dificuldades, já ingressada no mercado de trabalho e agora correndo atrás de aprender outro idioma (procurando profissionais que entendam minha dificuldade e aceitam o desafio).
Assim, acredito que o blog e a sua história me ajudaram e me motivaram de todas as formas: você pode ser o que quiser, tem uma pedra no caminho que uma grande parte não tem, mas estão aqui as ferramentas que podem te ajudar a ultrapassa-lá!
Sobre o som mais marcante, foi no dia que pedi comida, nem estava esperando ouvir a campainha, já que a anos não ouvia, e quando tocou, dei um pulo e perguntei o que era…