Além do estereótipo da deficiência auditiva
Que sempre me esforço pra explicar que surdos oralizados e sinalizados são diferentes, quem acompanha o blog já está careca de saber…
Mas, ainda assim, prevalece quase sempre a visão do surdo sinalizado/usuário da língua de sinais, quando alguém pensa numa pessoa sem audição. E quem tem um mínimo de conhecimento da língua de sinais – ou seja, que sabe que não se trata apenas de uma forma de comunicação, mas de um idioma distinto – já sabe que mesmo na parte escrita pode haver diferenças linguísticas.
Particularmente, não tenho nada contra a Libras (língua brasileira de sinais), ela tem seu valor e sua importância, mas simplesmente não é algo que faça parte do meu cotidiano, então evito esse assunto o máximo que posso, especificamente para não me perguntarem demais sobre algo que eu não tenho muita familiaridade/conhecimento.
Ainda assim, é difícil escapar do paradigma do deficiente auditivo = Libras, inclusive em situações que ela deveria ser a última coisa a ser evocada.
Há uns anos atrás, recebi um email de uma empresa, dispondo de uma vaga pra assistente de fotografia e perguntando se eu tinha interesse na vaga. Como eu trabalhava fixo na área administrativa (embora seja fotógrafa freelancer há 1 década já), fiquei interessada na vaga e marquei a entrevista.
Montei um portfólio impresso bonitinho, imprimi meu curriculum e parti rumo à empresa.
Chegando lá, sentei na saleta de espera de candidatos e recebi trocentos formulários pra responder, antes de aparecer qualquer pessoa pra falar comigo. Típico, né?!
Finalmente, a entrevistadora chega e me chama pra conversar numa sala.
Sentamos de frente uma pra outra e, antes mesmo dela me perguntar qualquer coisa pessoal ou profissional, pergunta:
– Você prefere que eu fale oralmente ou use Libras? – Articulando as palavras de uma maneira tão forçada e exagerada, que EU “sentia” o maxilar dela estalar a cada abrir e fechar da boca e me dava um calafrio na espinha, digno do que qualquer ouvinte tem, quando ouve uma unha arranhar uma lousa.
– Eu prefiro que você fale oralmente, mas que fale como se estivesse falando com um ouvinte. Porque se você falar com essa superarticulação, além de eu entender menos ainda o que você fala, no final da entrevista, você vai estar morrendo de dor no maxilar e provavelmente vai relacionar “pessoas surdas oralizadas com dor” e vai começar a nos odiar. – Respondi, sem parar pra respirar sequer, dado o meu pavor de gente que fala achando que eu leio os maxilares e não os lábios.
Ela sorriu e, diminuindo consideravelmente o abrir-e-fechar da boca, continuou:
– Fiquei impressionada com o seu email. Seu português é ótimo! É difícil um surdo que escreva português tão bem.
Aí que mora a diferença entre o português e a Libras. Embora as palavras usadas sejam as mesmas e a ortografia similar, a Libras tem estruturação própria das frases e, tal como o inglês, não conjuga verbo**. Um surdo unicamente usuário da Libras, nem sempre usa a morfo-sintaxe do português mesmo na parte escrita. É um idioma particular, como inglês, espanhol ou grego.
Como era a primeira vez que eu me deparava com uma pessoa que realmente tinha conhecimento em Libras – a ponto de saber que era um idioma próprio e tinha versão escrita e não, como a maioria, achava que limitava-se apenas uma forma de comunicação não-oral – fiquei um pouco decepcionada com o comentário, então respondi, sendo meio ríspida (é automático, não consigo ser simpática quando algo me incomoda de fato):
– Eu sou surda oralizada. Meu idioma materno é o português. Você sabia que nem todo surdo fala Libras? E que nem todo surdo nasceu surdo? Quem só usa Libras é Surdo (sinalizado). Quem usa os dois idiomas, é bilíngue. E tanto um oralizado quanto um bilíngue sabem escrever português perfeitamente. – Só depois que eu pensei que estava sendo grossa com uma pessoa que me oferecia emprego, de maneira que senti uma baita culpa, quando terminei de formular a frase. Nativos de áries tem esse problema, agem primeiro e pensam na idiotice que fizeram depois.
Mesmo depois de ouvir esse sermão, ela sorriu e respondeu:
– Nossa, puxa, eu não sabia. Pra mim, todo surdo falava Libras… – É, as pessoas acham que a gente aprende o idioma por osmose, nem precisa fazer aula, um chip é acionado automaticamente na nossa cabeça, na medida que se perde a audição, pra se aprender outro idioma inteiro e sua aplicação prática de uma hora pra outra. – E você não fala nada de Libras?
Meu impulso era dizer: “A vaga é pra interprete de Libras? Eu JU-RA-VA que era de assistente de fotógrafo.”, mas já tinha sido grossa uma vez e não queria sê-lo de novo. Engoli o orgulho e respondi sendo o mais artificialmente simpática que consegui:
– Eu sei o básico, mas não uso no dia a dia, especialmente pra falar com ouvintes, já que não vejo necessidade de conversar num idioma que não é nativo nem meu, nem da pessoa.
Nisso, bateram à porta da sala. A entrevistadora fez um sinal de “peraí!” pra mim e disse: “pode abrir”.
Uma japonezinha de 1,50m coloca a cabeça pra dentro da porta e diz pra entrevistadora, olhando pra mim com ar de severidade:
– Será que dava pra vocês falarem mais baixo? Tá dando pra todo mundo ouvir o que vocês tão falando.
A entrevistadora ficou vermelha e eu tive um acesso de riso. Minha voz é totalmente emocional e, embora normalmente eu fale baixíssimo, quando estou irritada, o volume da voz aumenta consideravelmente, sem que eu sequer perceba. E ela, achando que surdo oralizado = deficiente auditivo (que ouve mal, mas ouve e ainda consegue discriminar os sons) aumentou o volume da voz junto comigo. Vendo que eu ria, ela começou a rir também e pediu-me desculpas pela interrupção e perguntou se eu me incomodava de falar mais baixo. Respondi que não e o resto da entrevista correu numa boa.
Ela me contou que trabalhava no RH e que tinha sido colocada pra assumir a função de contratar pessoas com deficiência, mas tinha bem pouco conhecimento na diversidade dentro da deficiência. Sequer sabia que existia distinção entre surdos oralizados, sinalizados, bilíngue e ‘deficiente auditivo’, o que ficou bastante claro o quanto as empresas, apesar de serem obrigadas a cumprir cota, são despreparadas para receber funcionários com deficiências e o quanto não parecem demonstrar interesse pro isso. Empurram um funcionário pra essa função e dão um “chá de sivirex” pro cara cumprir a meta.
Depois de ter sido aprovada para a vaga e tendo começado a trabalhar lá, ficamos amigas na época. Esclareci todas as dúvidas que ela tinha quanto a deficiência auditiva e nunca mais, ela cometeu esse tipo de gafe na entrevista. Tornou-se expert em diferenciar os tipos e como tratar cada um deles. Nada como alguém disposto a quebrar os paradigmas (mesmo que seja tendo uma pessoa nada paciente como eu, para ensinar).
Quem quer viver, faz mágica!
Beijinhos
Lak
** a fim de evitar brigas com os entusiastas em Libras – e tal como a Maíra explicou muito bem nos comentários, a conjugação verbal da Libras existe sim, mas tal como o inglês, tem conjugação própria e particular e não se pode ser comparada, de forma alguma, com a conjugação verbal da Língua Portuguesa. Diferenças idiomáticas gritante.
Lak! Muito legal essa história! Uma pena ainda existir esse mito de surdo = libras.
Por outro lado tb é mito acreditar que a Libras é incompleta: ela possui todos os requisitos de uma língua verdadeira. Ela é autônoma, apresenta o mesmo estatuto lingüístico das línguas faladas (tipo morfologia, fonologia, fonética, etc).
E sim, a libras conjunga verbos. A questão é que a libras se originou do tronco de sinais da língua francesa, então já a partir daí não podemos comparar com o português. Ela só faz uso do português qd soletramos alguma palavra.
Então, como ela é de fato uma língua completa, ela surpre todas as necessidades de uma língua natural para os surdos. Eu acredito que, se houvesse toda uma estrutura (etc), os sinalizados seriam de fato completamente independentes linguisticamente. Mas acontece que, inicialmente ele faz uso da libras, depois vai pra escola que não tem estrutura pra surdos sinalizados, aí é obrigado a aprender o português… a informação vem pela metade e acontece o que temos hoje.
Por outro lado, ainda não consigo compreender como o Português não faz parte do dia-a-dia de um surdo sinalizados. Para mim, é evidênte a necessidade do bilinguismo dando mais foco no Português, pois o mundo é formado, na maior parte, por ouvintes,não?
É como eu digo, mas muitos não entendem: não é facil para um surdo aprender português se não for trabalhado deste MUITO cedo e durante bons anos. Não adianta chegar pra uma criança de 10 anos que já passou pela fase de alfabetização e querer tirar dele a libras e impôr o portugues. Tudo isso tem que ser trabalhado, estimulado desde pequeno. A base principal é: estrutura financeira e família.
Perceba que a maioria dos oralizados bem-sucedidos tiveram oportunidades de ter aparelhinho, fono, estudaram em escolas regulares particulares, tiveram o apoio dos pais em todas as horas. Agora pega a realidade de um surdo sinalizado.
Como costumo dizer: surdo oralizado é, sim, privilegiado. Sou grata por ser uma delas. E você também! 🙂 😀
Maíra, não é bem assim. A diferença não é simplesmente econômica. Existe sinalizados de famílias abastadas, que simplesmente, os pais não tiveram interesse de trabalhar junto com a fono. Simplesmente lavaram as mãos e mandaram eles se virarem. Nosso privilégio não é meramente financeiro, é de ter uma família que se importou completamente conosco.
Já vi caso da criança ficar surda com 5 anos e a familia simplesmente jogá-la em escola de surdos sinalizados e o pai nem querer aprender a líbras, por exemplo. Tirou o portugues do filho, mas não se preocupou em aprender o idioma que empurrou pra ele. Faz sentido pra você?
Isso de conjugar verbo, eu li num livro que ensinava a gramatica de libras. Não, não conjuga como no português, tem conjugação própria e, como o inglês, é bastante pobre (se comparado com as linguas latinas, que conjugam por pessoa e tempo verbal).
Meu objetivo no texto não era falar mal da libras, apenas quis mostrar a diferença na prática, de um sinalizado de um oralizado. A maioria das pessoas resume os surdos à sinalizados e os deficientes auditivos, a velhinhos com quem se tem que berrar. Sabemos que não é assim. Existe muita diversidade entre as pessoas que possuem deficiência auditiva.
E sim, muito se fala da acessibilidade dos sinalizados e interpretes de libras, mas se esquecem que nós também precisamos de adaptações. É preciso lembrar que existe muitas deficiências e todas precisam de acessibilidade… Jogar todo mundo no mesmo balaio e dizer: “Se virem” não é acessibilidade de forma alguma.
Beijocas e obrigada pela contribuição sobre a Líbras.
Ah, queria complementar (acho que escrevi muito) que nós surdas oralizadas tb sofreremos com uma série de mitos e temos que constantemente desmitificar. Uma delas é a questão do surdo=libras. E por causa disso, somos muitas vezes prejudicadas com o acesso à acessibilidade por não transparecermos surdas pelo nosso nível do Português.
Só um detalhe, Maíra, não acredito em “língua natural”. Todo e qualquer idioma é cultural e ensinado. Do contrário, bastaria isolar uma criança uma sala com isolamento e esperar que ela falasse algum idioma por conta própria. A menos que se ensine, ninguém desenvolve uma língua por conta própria.
Existe casos documentados de crianças criadas por animais (tipo lobos) e elas se comunicavam por uivos.
Que a língua de sinais é mais fácil pra um surdo aprender? Correto.
Que ela é NATURAL, eu discordo.
É exatamente por usarem o termo “natural” que tanto ouvinte cisma que ela é um idioma universal e fica indignado quando descobre que é tão regional quanto qualquer outro idioma.
Lak 🙂 Muito legal tuas observações (e já respondi teu e-mail tb!!!). Sim, sem dúvida!! conheço famílias ricas (sim, muito ricas) onde as crianças são vítimas de falta de amor, de apoio e de estímulos. Vc vê uma criança completamente desinformada, sem base nenhuma, parecendo (infelizmente) um ignorante. E a muitos delas foram tentativas fustradas de oralização. Muitos acham que é só pôr na fono 1x por semana que está resolvido.
Mas acredito que a questao financeira é um fator preditor sim, pode não ser tão relevante como o apoio da família, mas influencia.
Sim!! Conheço a história das meninas-lobo, é incrível!! Qd eu digo que é lingua natural, é uma língua, digamos, mais fácil de ser adaptada para a criança naquela situação. Infelizmente é assim, ne?
Se eu tivesse um filho surdo ele sem duvida seria oralizado. Meus amigos sinalizados sabem muito bem disso. Já basta a surdez, agora ser fraca do ponto linguistico, não dá!! Ficamos dependentes de muita coisa.
Tvz tenha me expressado mal! Em nenhum momento achei que vc estaria falando mal. Acho tuas colocações super claras e coerentes. Estamos apenas trocando idéias e experiências!! 🙂
Como eu disse: é um mito achar que todo surdo fala em libras. Essa diversidade ainda não é muito clara. Infelizmente.
Ah, que fofa! Gratissima pelo esclarecimento.
Verdade que o fator econômico contribui, mas não acho que seja o unico pra dedicir, Um casal menos abastado, que tenha a intenção de oralizar o filho, dedicando-se de verdade os dois a isso, conseguiria sim. Acredito que uma boa base familiar é que é o ponto chave…
Beijocas
Lak… muito legal a estória! (pra variar, né 😉 )
mas é o seguinte… só pouco tempo atrás, discutindo redação de material didático pra ensino a distância, fiquei sabendo que surdos sinalizados tinham dificuldades com leitura/escrita de português (tenho alguma formação em linguística e a estrutura integrada da cognição era realidade implícita pra mim… mas até então, não existia realidade explícita pra isso e foi mesmo uma surpresa!… claro que essa surpresa tb revela a medida do preconceito, né)… enfim… só agora com seu post fui atrás pra ver como é isso de “versão escrita pra libras”… achei alguma coisa:
http://rocha.ucpel.tche.br/signwriting/kauana-revisado/index.htm
fiquei com uma dúvida: “português sinalizado” e “libras escrita” são a mesma coisa?
(de todo modo, é a primeira vez que vejo essa escrita e confesso que tô PERPLEXO! 😮 … parece coisa de civilização antiga, né!!! 😛 … a impressão que passa é de que deve ser bem difícil escrever manualmente assim!)
Lak… sei que Libras é só um recorte dentro do universo bem mais amplo dos surdos… mas pra quem conhece tão pouco – praticamente todos os ouvintes – a versão escrita da língua num primeiro contato como esse tem um impacto forte mesmo!
beijão!!!
Não, português sinalizado é falar em sinais (com as mãos, a aplicação prática) usando a morfologia do portugues, a combinação das palavras de acordo com o porugues. Exatamente o que eu faço quando falo “o básico” de libras.
Eh dificil explicar, porque eu não sei o suficiente de libras, pra te dar exemplos bons.
Mais ou menos assim, quando uma pessoa que não sabe a sintaxe da libras, fala “estou indo pra casa” e faz a sequencia de sinais assim: “Eu vou casa”. O correto, da líbras, seria a sequencia: “Eu casa vou”. Um mesmo sinal pode ter vários significados também e, quem não sabe muito, se confunde legal. O que dá a entonação da libras é a expressão facial. E quem não sabe o suficiente, esquece disso completamente
A líbras escrita é, basicamente, o oposto disso. Escrever manualmente (ou digitando) com a estrutura da libras. Exemplo seria: “Eu feliz escola surdos”.
São coisas bem diferentes, mas que confundem qualquer leigo.
Eu mesma demoro um pouco pra interpretar o que foi dito, quando converso com um sinalizado no MSN. A mesma dificuldade que tenho, por exemplo, quando converso com um francês que não sabe nada de português.
Entonces, a abordagem é essa: português e líbras são idiomas distintos. Entendeu agora?
Uma hora, você consegue… eu tb… hahaha
Beijos
p.s. o link que vc mandou, eu nem imagino o que se trata. Esses sinais em questao, devem ter alguma aplicaçao pratica que desconheço totalmente. Eu me referia a escrita por extenso mesmo.
Ambas tem razão. Eu fiquei surda aos doze anos, nunca frequentei fonos a não ser para as audiometria. Sei ler e escrever bem porque me agarrei aos livros quando fiquei surda e aprendo só, mais sei que sou a exceção e não a regra.Indiferença existe em todas as camadas sociais mais um bom suporte financeiro é essencial para a oralização. Quantas sessões de fono um plano de saúde permite? E as oferecidas pelo governo são disputadíssimas creio eu. Não conheço a realidade no sul e sudeste no Brasil, mas aui no nordeste sei como é. O que eu vejo aqui são as crianças surdas irem paro o Instituto dos Surdos ou serem jogadas em salas de aulas comum sem nenhuma estrutura para recebê-las.
Elizabeth, o que permite a plena oralização não se resume a fonoterapia. Sem o apoio familiar em casa, não adianta tb. Se a criança for à fono 1 vez por semana, mas a mãe repetir os exercicios em casa e ainda estimular à exaustão, a oralização também é possivel.
Da mesma forma que fono 5 vezes por semana, durante 1 hora e nenhum estimulo em casa também não resolve.
Nem oito nem oitenta. Como disse bem o Raul, são 4 etapas: Fono, familia, escola e o próprio surdo.
Nuossaaa, a Maira pegou um post só pra ela…mas completou o post, super esclarecedor…Há algum tempo, achava que todo surdo falava Libras tambem, depois de conhecer um amigo, que me explicou tudinho sobre isso, e com paciencia..kkkk
É estranho como criamos sempre um Pré Conceito do que vemos, muitas vezes é lógico, mas nem tudo é o que parece!
Bju 🙂
Gi, é que a Maíra é bilíngue, sabe muito mais sobre líbras que eu. Ela completou as lacunas que eu, infelizmente, deixei em aberto.
Hehehe nosso grupo se ajuda, como qualquer outro, porque ninguém sabe tudo, né?!
Estereótipos tem aos montes. O segredo é estar aberto ao conhecimento e deixar os preconceitos de lado. Se for assim, tudo é possível…
Beijinhos
Oi Lak, suuuuper esclarecedora sua postagem. Eu como leiga no assunto tbm pensava ha 2 minutos atraz que todo surto se comunicava por libras, e que essa era sua linguagem universal. Muito eu importante aprender isso! Tambem pq Libras não é todo mundo que sabe (eu msm nao sei) e ai se essa fosse a regra, muitos surdos não se comunicariam com ninguem. Amei o aprendizado de hj, Tanks!!! Beijocass
Maysa, ninguém nasce sabendo tudo. Estando disposto a aprender, o conhecimento se processa e a informação vai loooonge.
Beijinhos
Eita Lak, já vi que vc é igual a mim na falta de paciência.
Só que eu sou muuuuito chata e na maioria das vezes grossa com as pessoas quando pegam no meu pé…rsrs
Beijo pra tu!
É, paciência nunca foi meu forte hehehehe Mas eu tento, eu teeeeeento!!
Beijinhos
No meu caso eu fazia fono de domingo a domingo (todos os dias) até meus 5 anos de idade. Depois reduziu pra 3 x mas passei a ter uma em grupo (com 3 surdas que somos amigas até hj e todas oralizadas).
Fora que em casa era estimulada diretamente com minha mãe: muitas brincadeiras contextualizadas!!
É, não é nem 8 nem 80. Fonos não fazem milagres e nem nós, se estivermos sozinha.
Tenho amigas surdas oralizadas que conhecem pouquíssimos surdos por conviverem apenas com ouvintes. E estão super bem, bem mesmo! 🙂
É, tb já vi crianças surdas dentro de instituições… com poucos estímulos. Qd vejo isso, choro escondido. Dá vontade de pegar cada uma delas e levar embaixo do meu braço pq vejo que aquilo ali está apenas regregindo, mas meio que a família não tem outra opção (pois são carentes). Já vi o contrário tb, mas daí eu não tenho pena, fico é brava.
Ai, acho que monopolizei este post. Vou falar menos 😛
Meu blog, seu blog, Maíra!! =D gratissima!
Ai desculpa, mas vou escrever de novo tá? Só pra esclarecer a dúvida do Juca Jardim.
O que vc viu é a ESCRITA DE SINAIS. Escrita?!!! Sim, sim. Como eu disse, a libras é completa. Ela também tem a sua forma escrita. Porém, ainda está em desenvolvimento. Por tanto, aqueles “simbolos” que vc viu, representam a escrita da libras.
Pronto, o Juca teve a resposta desejada. Confesso que eu nem imaginava o que era isso… Mais uma vez, o que seria do blog sem as contribuições?! Obrigada de coração, Maíra.
Bem esclarecedor!
Quando eu estava na faculdade, tive que fazer estágio numa escola. Tinha um surdo oralizado, de 9 anos e a mãe era empregada doméstica. Ela me contou que correu atrás de fonos, pedindo desconto, pois não podia pagar muito. Correu atrás de professores particulares e um se ofereceu a ajudar nos deveres de casa de graça.
Eu nem percebi que o menino era surdo, ela falava perfeitamente, como qualquer criança. Ela tabém correu atrás de aparelhos auditivos, mas o menino não gostava muito de usar, fazia a leitura labial perfeitamente. A mãe disse que à noite, na cama, faziam exercícios, liam livros. Um belo exemplo de amor, que nem sempre é a situação financeira.
Leila! Isso aí… Dinheiro faz diferença? Sim, porque abre portas. Mas não é a ínica coisa que pode fazer diferença. O apoio familiar, por sua vez, é a base de tudo sim!
Claro que esses casos são menos frequentes, até por falta de informação e perpetuação do estereótipo da “lingua natural”.
Beijos
Verdade, Lak! Concordo plenamente.
Eu tinha aulas de violão e em frente da casa da professora de violão tinha um clube de surdos. A professora falou que lá tinha surdos. Um dia, por curiosidade, entrei lá, todo mundo falava a língua de sinais (naquela época não se chamava Libras, sei lá, que a Maíra corrija hihi), aí eu não sabia nada… Eu falei que era surda, mas falava… Então eles me pediram pra eu traduzir um texto em português e eu sem saber, fui traduzindo do meu jeito e eles entenderam. Eles me pediram ajuda para ser secretária de lá, para ajudar nos textos. Acho que na época não tinha intérpretes também, sei lá. Quis ajudar, eu tinha apenas 13 anos, mas não podia ser secretária por ser menor. Mesmo assim dei uma ajuda, fui aprendendo aos poucos os sinais, como falar com eles e tudo mais. Mas não consegui aprender completamente, diria eu, só sei de 40 a 50% Libras, mas demoro pra sacar e absorver.
Oi Lak, trabalho em rh ha 16 anos e antes disso já convivia com deficientes (trabalhei na aacd, namorei um cadeirante, minha mãe já foi cega, tenho primos cegos) mas nunca tinha convivido com surdos agradeço imensamente seu blog, pois o que é mais dificil para quem vai contratar é saber lidar com as diferenças.
Beijos
Renata, mas a culpa não é do funcionário do RH, mas das empresas, que não dão o suporte que uma pessoa precisa, pra saber tudo o que precisa saber pra exercer essa função.
Eu sou impaciente mesmo, mas admito que a menina não tinha culpa de não saber!!
Beijinhos
Lak, vc tá fazendo história… post de primeira linha. Exclarecedor, interessante, de temática nova. Parabéns, querida, parabéns. Beijos
Tudo sua culpa! hahahaha
Saudade docê!!
Beijos
Lak… queria agradecer a Maíra tb pelo esclarecimento… a confusão foi mesmo mais por causa da informação logo na abertura do link (“Língua: Português sinalizado”)!
Agora fiquei curioso tb com o que a Leila escreveu: entendi errado ou ela – sendo surda – tinha aulas de violão????????? (pra mim percepção musical e surdez são coisas que não convivem!!! – exceto em casos de memória sonora… outra besteira pra minha coleção??? 😳 )
Hehehe surdo tb curte música, meu caro. Eu tb já estudei violão e canto.
esse eXclarecedor foi de doer, heim? ahahahahhahah… acho que estou precisando de férias, urgente.. beijos
hahaha até os melhores erram!! Faz de conta que ninguem viu.
muito que bem, gurias prendadas… poderiam então matar de vez a crescente curiosidade do pobre ouvinte aqui elaborando um post em conjunto sobre essa experiência específica? 🙂
merci, viu! 😈
Otima dica, Juca!! Coloquei na pauta. Em breve, conto dessa experiência por aqui sim.
Beijinhos
Lak, parabéns pela pertinência do tema. Eu já não tenho tempo, pique nem saco pra esta polêmica, que vou me abster de novos comentários. Deixo isto pra discutir em congressos acadêmicos, risos.
Mas quem tiver mais interesse pelo tema da diversidade na surdez, podem acessar um artigo acadêmico de minha autoria, junto com outros autores: “Nem toda pessoa cega lê em Braille nem toda pessoa surda se comunica em língua de sinais”:
http://www.scielo.br/pdf/ep/v33n2/a13v33n2.pdf
Beijos. 😈
Suuuuper obrigada pelo link!!
É exatamente esse o estereótipo que vigora e que precisa ser quebrado: Libras não é sinônimo de surdez.
Mas, sem alguém se dispor a informar, não tem muito como as pessoas ficarem sabendo.
Você, no ambiente acadêmico e a gente aqui na net, vai fazendo a diferança por onde passa. Pensa no número de pessoas que já se libertaram do preconceito, por conta disso!!
Beijocas e gratissima pela disposição de um link pra um trabalho seu, como complementar importantíssimo do blog (na verdade, vice e versa).
haHaHa! O Juca deu uma ótima idéia.
Assim que a Lak postar sobre o assunto, Juca, vai chover comentários.
Abração.
Ei, nem pensa em tirar seu cavalinho da chuva… Você vai me ajudar sobre o tema, heim?
Haha
Eu já toquei flauta doce. Fui a primeira implantada do país a usar a musicoterapia como alternativa à reabilitação auditiva. Vale ressaltar que a musicoterapia não substitui a fonoterapia, mas sim ambas se complementam. Já saiu uma matéria sobre isto na Folha de São Paulo, com um depoimento meu. Também há um artigo acadêmico de minha até então musicoterapeuta sobre este tema. Depois posso postar.
Ah ! E há um livro legal: “A musicalidade do surdo: representação e estigma”, de Nadir Haguiara-Cervellini, em que essa autora apresenta uma proposta de música para surdos. Taí mais uma sugestão de pauta pro blog.
Yes, moça!! Mas confesso que senti dor nos dedos ao aprender violão e desisti hahaha
Violão é um saco pro meu ouvido implantado. Não curti isto na musicoterapia. Gostei mais dos instrumentos de sons mais agudos. 😀
Implantada, não sei. Mas com AASI, acho flauta um horror… Agudo demais, parece som em alta frequencia hihihi
Podeixá, Lak, que te ajudo sim, claro!!! É só me dar um toque, seja no Orkut, e-mail…
Vou deixar comentários sobre flauta, violão etc. e tals pro novo post da idéia do Juca, senão não vou ter mais nada pra comentar…hihi…
Podexá!!
Lak, hoje foi uma aula completa, agradeço especialmente a você e à Maira por esclarecer os absurdamente ignorantes como eu. Um comentário da Anahí me chamou a atenção, sobre sons agudos. Quando meu filho nasceu, perguntei à pediatra se poderia tocar violino para ele, e fui terminantemente proibido, porque os agudos do instrumento podem superar os 100 decibéis e causar danos auditivos a um bebê. Para a Anahí o agudo era mais agradável, para meu filho era uma espécie de veneno. Cada um é cada um?
A propósito, você confirmou presença no encontro de sábado?
Confirmei sim. Eu vouuuuuuuuuu!!
Eu estou quaaaaase confirmado. Só dependo de um telefonema da TAM, porque estou em lista para a ida, e sou o primeirão da espera. Tomara que dê certo.
TORCENDOOOOOOOOO!!!
Nossa, Lak estou me sentindo ignorante!!! Tô vendo que tenho muuuuito pra aprender por aqui. Aliás, já vou sugerir esse post para uma amiga professora que indicou o blog do Jairo para sua turma de RH. Ela propôs um trabalho sobre a contratação de pessoas com necessidades especiais e a coisa tá rendendo. Seu depoimento é uma verdadeira aula sobre o assunto. A desinformação às vezes aniquila boas iniciativas. Felizmente, no seu caso, nem tudo se perdeu, mas nem sempre é assim, não é mesmo? Aahhh! Os coments também foram muito esclarecedores. Tô gostando muito disso aqui. Bjs.
Quando existe alguém disposto a ouvir o que a gente tenta falar, os milagres se processam a olhos vistos.
Não culpo ninguém por não saber tudo. Mas culpo quem não se dispões a abrir os olhos. A diversidade humana é trementa. Quando a gente está disposto a quebrar os estereótipos, um novo mundo se abre diantes de nós!!
Beijinhos
Excelente o post e o blog, muito interessante, cheio de informações , amei, vou voltar mais vezes. Obrigada Lak, por dividir seus conhecimentos de forma tão bonita e ajudar a diminuir minha ignorância nesse assunto.
Bjks
Convenhamos que eu não fui tão educada assim com a entrevistadora, coitada. Nem era culpa dela… Mas, faz parte! Hoje em dia, ela é uma expert no assunto e, certamente, está entrevistando cada deficiente auditivo com o tratamento que merece! hehe
Beijinhos e bem vinda ao blog!
Oi Lak!
Resolvi passar pelo seu blog e agradecer ao comentário e dizer que já tinha lido algumas postagens para poder me interar com o seu mundo um pouco diferente do meu. Nem tanto quando algum desconhecido ou pessoas mais idosas me veem na cadeira e começam a falar mais alto e chegar mais perto para ver se eu estou entendendo mesmo rsrsrs Algo assim como se me achassem que eu tivesse problema mental e não físico. Mas com esse tipo de situação procuro me divertir. É bom saber que uma pessoa como você com certeza com educação e cultura necessária resolveu como eu levantar uma pequena bandeira para que outros saibam que somos muitos, totalmente normais e capazes e exatamente porque trabalho em torno de 10 horas diárias, admiro as pessoas que vão à luta como você ao invés de esperar a solução total de seus problemas para serem felizes. Parabéns pelo blog e vou visitá-lo sempre e aprender um pouquinho de coisas que ainda não sei.
Beijos,
Marli
Marli, fiquei encantada com a doçura das suas palavras.
Concordo com cada uma delas.
Concordo que é um saco conviver com estereótipo. Que é cansativo ter que lidar com a visão distorcida de algumas pessoas de que nossas faculdades mentais estão aquém da normalidade, por conta de outra deficiência física/sensorial (acham que quem tem uma deficiência, tem que ter todas, vai entender)…
E concordo que ninguém merece ter que aturar gente que acha que a felicidade só é possível quando não houver mais problemas. A felicidade está em batalhar pela solução dos que podem ser resolvidos e pela serenidade de conviver com aqueles que não podem.
Por outro lado, ninguém nasce sabendo tudo e cabe a nós, guerreiros da boa vontade, esclarecer o mundo sobre a diversidade e a necessidade particular de cada ramificação de cada deficiência.
Um dia, a gente chega lá e domina o mundo, como diz o Jairo!
Beijinhos e obrigada pela visita.
post d primeira!
adorei! 😀
vou aguardar o seu post relatando a sua experiência com o violão!
beijos!
A minha expriência é pequena, poruqe meus dedos doiam muito e eu desisti. Mas por conta da dor, não da dificuldade de ouvir. Acho que a Leila vai ter um relato muito mais legal pra contar hahaha
Beijos
eu 😎
Oi Lak.. venho acompanhando seu bloh já ahá algum tempo, sou surda biligue, fui oralizada aos 4 anos e aprendi libras básico com 7 anos qdo eu entrei numa escola que tinha classe especial p/ surdos, e com 10 anos pra diante intensifique meu Libras, mas confesso que não sei tudo porque eu não convivo muito com os surdos sinalizados, convivo mais com ouvintes, e pra variar, nehnhum amigo surdo oralizado, acho q vc será a primeira, rss.. Talvez eu até conheça a Maira, se ela for de sp, conheci uma menina que era bilique, se chama maira, e pode ser que seja ela… e tbm confesso que após as explanações sobre as diversidades de surdez oralizados/sinalizados/biligue, fiquei contente em saber mais sobre isso e poder explicar melhor a meu namorado, e mostrar q não é tão fácil ensinar libras porque a forma de usar sinais é diferente da forma de falar/escrever, certo? Eu gosto de me comunicar em Libras com os surdos e me sinto até melhor porque acompanho tudo, mas eu acho mto mais prático e inteligente ser oralizado (não quero baixar de nível os sinalizados) mas mh realidade é essa, tem mtas palavras no dicionário q não tem em Libras, e a gente tem q ficar procurando sinonimo para completar a frase sinalizada, rss…
É isso aí, beijokas..
Renata, eu sou de SP, a Maíra é de Brasília.
Não tem como comparar português e líbras, porque são idiomas diferentes. E a líbras, mesmo na parte escrita, tem gramática e morfo-sintaxe própria mesmo. Se o seu namorado realmente quiser aprender, ele deveria procurar um curso, já que você não se sente capaz de ensinar (cá entre nós, nem todo mundo é bom para ensinar os outros, eu não consigo ensinar ninguém a nada, porque não tenho paciência hehehe).
Enfim, achar a denominação exata do que somos é tão mais fácil, né? Facilita e muito a nossa vida.
Bem vinda ao blog. Beijinhos
É, Lak… eu não tenho paciência de ensinar mesmo. e meu namorado demora mto para gravar, ave maria. kkk. e ele acha q eu tenho má vontade, mas não é… é q é complicado, porque tem coisas que a gente fala ou escreve que não dá para traduzir em libras, e tbm tem a conjugação de verbos, como qdo eu faço sinal de gostar (eu gostei) e ele entendeu eu gosto, entendeu?? e ele já tá procurando cursos, já fez pela pref, mas era mto fraquinho e devagar q ele desistiu, e cada instituição ensina de um jeito diferente… mas vamos indo… Espero ter o prazer em te conhecer pessoalmente, so conheci uma surda oralizada, mas tive pouco tempo de contato, éramos de mundos diferentes, rss.. Beijuuusss.. ah, apoio da família é a base principal p/ educar os “especiais” mas tem que ter estrutura financeira, porque já viu como é depender do SUS… Não tem a mesma qualificação que particular… Ainda bem que eu tive todos os apoios necessários, da mh mãe, da escola, da fono, das profs. particulares, dos reforços escolares, psicologos… Hoje, me viro bem, moro sozinha com meus dois filhos, trabalho, só não fiz facul porque ainda não tive oportunidade, mas farei assim q meus filhos crescerem mais… e com intérprete de Libras para não cansar mhs vistas em ficar olhando a boca, e tbm nem todas as pessoas tem boa movimentação labial, rsss.. Ah, e eu estou a caminho do implante.. e vc, tá esperando oq??? vamos trocar msn? o meu é renatacle@hotmail.com, 😳 bjuuss…
Tô te adicionando, querida.
Beijocas
Olá, sou ouvinte, pedagoga e Intérprete de LIBRAS.
Muito bom os comentários!
Ensino LIBRAS para professores e o q mais me perguntam é como faço para ensinar meu aluno surdo matemática, português quero aprender técnicas, metodologia ….?
Respondo não conheço técnicas, existem estratégias de ensino que dão certo e não dão.
Os professores pensam que é como fazer um bolo dar a receita e pronto!
O problema que muitos não conseguem quebrar a barreira do preconceito e colocam todos os alunos surdos na mesma condição.
O comentário de vocês ajudará muito o meu tabalho.
Como vocês assimulavam o conteúdo ensinado , acredito que vcs mesmos faziam isto. E claro com todo o suporte q já foi mencionado e um bom professor, família, leitura, muita força de vontade , estou certa??
PArabéns para todos!!
Sol
No meu caso, como tenho pleno dominio da leitura labial e falo tão somente portugues, eu simplesmente acompanhava as aulas junto com o resto da classe, todos ouvintes. Formei-me em primeiro lugar no colégio. Portanto, nem todo aluno surdo tem dificuldades. Especialmente surdos oralizados adquiridos depois de uma certa idade. É importantissimo lembrar disso, porque tb nunca gostei de professor pegando no meu pé. Quando eles percebiam que eu não tinha grandes dificuldade e me deixavam estudar na minha, eu me sentia muito melhor. As unicas diferenças é que eu sempre sentava de frente pro professor, nas primeiras fileiras e, quando ele ditava algo, eu sentava junto com alguém e copiava do caderno da pessoa. Simples…
Olá!
Esqueci de explicar os professoes que querem q eu ensine técnicas dão aulas para o Ensino Fundamental II e Médio, sei que na educação infantil, podemos usar mtos rursos visuis pa ensinar crianças surdas.
Mas, como fazer isso em classes regulares de adolescentes e jovens???
Quando eu fazia Faculade na minha classe tinha uma garota surda bilingue , os professores agiam normalmente, ela sentava na frente e ficava o tempo todo caçando os lábios dos professores, tinha uma prfessora qe se preocupava esentar pero el para falar somente para ela de forma q ela entendesse explicar e o as outras alunas não gotavam , pois o professor deixava de ensinar novos conteúdos e a aula era mais lenta. O pior que os alunos que reclamavam eram do meu grupo de habilitaçõ em D.A. Agora os demais alunos gostavam faziam uma bagunça, enquanto a professora se ocupava com a aluna surda.
Hoje ela venceu , mesmo com muias dificuldades e faz mestrado na UNICAMP e continuamos amigas e eu faço a tradução em LIBRAS dos livros que ela precisa ler para as auls de mestrado.
Abraço
Sol
Quando a Libras, eu realmente não posso ajudar. Meu conhecimento nesse idioma é infinitamente pequeno.
Desculpem não percebi estou com problemas no meu teclado.
Sol 👿
Obrigada!
Já me ajudou, falando como é chato ter um professor no pé.
Eu penso q o próprio professor deve descobrir como ensinar partindo do conhecimento de como esse aluno se auto identifica , como oralista ou bilingue.
Na minha opinião os entraves estão na primeira infância na educação infantil e na família. Se todos fossem iguais você, q bom seria! ; mas você e outros ainda são a minoria. Embora sendo intérprete de LIBRAS sou à favor que os surdos aprendam português saibam , escrever corretamente , ler e compreender e falem , para q não fiquem em desvantagens. Você me compreende o surdo q não teve oportunidades fica à margem, infelizmente.
Uma abraço,
Sol 😉
Na verdade, o principal culpado disso não é a surdez, mas o descaso da família. A maioria dos surdos oralizados que nasceu surdo, teve suporte e incentivo familiar, não foi apenas colocado numa escola de ouvintes e mandaram ele se virar.
A questão é que oralizar dá mais trabalho que simplesmente ensinar líbras e empurrá-lo pro mundinho surdo.
Sei de casos de pais que sequer aprendem libras, não dão nenhum suporte pro filho aprender portugues e ai, nem se comunicam com ele.
Mas há de convir que as crianças nascidas surdas hoje podem ser implantadas desde cedo e desenvolverem audição normal.
O mais importante é que os pais sejam devidamente orientados para depois orientar os professores, não o contrário.
Enfim, eu sempre avisava os professores na primeira aula que era surda oralizada e queria o mesmo tratamento que os alunos ouvintes. Um ou outro ficava no meu pé eu mandá-lo pastar, mas a maioria encarava na boa e nao tinha grandes estresses entre eu e eles, muito pelo contrario, eu me tornava uma aluna querida, porque prestava atencao na aula, tinha boas notas e os respeitava.
Agora, quanto a surdos bilingues (que dependem muito da libras) e sinalizados, eu nao posso opinar, porque nao se trata de algo que eu conheca ou tenha experiencia com isso. Nas escolas que eu estudei quase sempre eu era a unica aluna surda ou, no maximo, havia outro surdo tb oralizado.
Desculpe , mas preciso perguntar , você nasceu surda?
Se não nasceu, com quantos anos perdeu a audição?
Você escreve muito bem!
Sol 😮
Não, perdi a audição aos 10 anos. Contei como foi nesse post: https://desculpenaoouvi.com.br/index.php/2009/05/22/desculpe-eu-nao-ouvi/
Beijocas