Tudo sobre a cirurgia de implante coclear

O primeiro passo para identificar se alguém precisa usar um implante coclear é detectar o tipo e a gravidade da surdez do paciente. Para descobrir isso, um profissional de saúde irá solicitar uma série de exames como teste da orelhinha (no caso de recém-nascidos), audiometria ou BERA. Se receber indicação para o implante coclear, o paciente passa a ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar que poderá solicitar exames para analisar o estado do ouvido interno, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, entre outros.

Antes da cirurgia, o paciente é sedado e anestesiado. Logo em seguida, é feito um pequeno corte atrás da orelha e o cirurgião faz uma pequena abertura no osso que fica na região do ouvido, chamado mastoide. Por essa abertura, é inserido o feixe de eletrodos até a cóclea, que irá preencher toda essa estrutura em forma de caracol. Por fim, o receptor e o ímã que permitem a comunicação com a parte externa são colocados entre a pele e o osso, e a incisão é fechada.

O tempo da cirurgia depende de cada caso. Pode variar conforme a técnica usada pelo médico-cirurgião e se o procedimento será feito em uma ou ambas as orelhas. Em média, as cirurgias costumam durar de 2 a 3 horas (para um lado operado) e o paciente pode permanecer internado de 12 a 24h.

A cirurgia de implante coclear é um procedimento relativamente simples, mas delicado, que requer bastante conhecimento do cirurgião. Quase sempre feita com anestesia geral e com riscos mínimos de complicações. Como toda cirurgia, o maior risco é a reação do paciente com a anestesia, por isso são solicitados exames pré-operatórios, que confirmam a condição do paciente em passar pela cirurgia.
Os riscos também podem incluir problemas de pele, problemas de cicatrização, risco de infecções, como qualquer cirurgia.
Existe também um risco de paralisia facial, pois a área onde é feita a inserção dos eletrodos passa perto do nervo facial. Atualmente, com equipes experientes e o uso de monitor de nervo, o risco de paralisia é muito pequeno.
Alguns pacientes podem relatar tontura e dores locais após a cirurgia, geralmente passageiras.

Atualmente, os cortes são discretos e têm uma média de 4 centímetros, atrás da orelha. Os médicos costumam raspar entre 1 e 3 dedos do cabelo ao redor dessa região.

Imediatamente, após fechar o corte cirúrgico, é feito um curativo na região da orelha e, em muitos casos, o paciente fica entre 12 e 72 horas com um curativo em forma de turbante. Algumas questões como quando será feita a retirada dos pontos e quando o paciente poderá lavar o cabelo, deverão ser conversadas com o médico. É preciso algum cuidado para não deixar entrar água no ouvido durante a cicatrização, mas nada muito exagerado.
O retorno às atividades físicas costuma ser autorizado 30
dias após a cirurgia, exceto em caso de atividades aquáticas, que podem ter um período maior de restrições.

Geralmente, a ativação é feita 30 dias após a cirurgia, respeitando um período de cicatrização.
É muito importante ter em mente que a ativação é apenas o primeiro passo de uma longa caminhada. São poucos os adultos que saem plenamente satisfeitos e ouvindo tudo com clareza desde o momento da ativação. Crianças, por sua vez, podem ter reações como o choro, porque não entendem o que está acontecendo. Também é bem comum que elas não tenham reação nenhuma. Vídeos de crianças sorrindo e respondendo aos pais não representam a realidade da grande maioria das ativações. Por isso, este momento deve ser vivido com expectativas reais e com a consciência de que este momento não é definitivo, o resultado irá aparecer gradualmente, à medida que o usuário começa a se adaptar ao som do implante coclear e a detectar, reconhecer e saber responder a cada um dos sons, dando continuidade a sua jornada auditiva.

O implante coclear é um procedimento que está disponível no SUS e também é coberto pelo rol de cirurgias obrigatórias dos planos de saúde que incluem internação. Você deve procurar um otorrino ou um centro especializado em implantes auditivos para descobrir se poderá se beneficiar de um implante coclear.