Tudo sobre o Carina – o implante auditivo invisível
Como vocês devem saber, existem vários tipos e graus de perda auditiva, por isso é preciso haver mais de um tipo de tecnologia para permitir que deficientes auditivos possam ouvir. Uma das tecnologias mais recentes e menos divulgadas é o Carina: um implante auditivo totalmente implantável.
Já falamos sobre o Carina aqui no blog lá em 2012. Naquela época ele era fabricado pela Otologics e estava dando os primeiros passos no Brasil. De lá pra cá, a tecnologia do Carina foi adquirida pela Cochlear – uma das principais marcas de implantes auditivos do mercado – que fez algumas melhorias e o relançou mundialmente.
Mas o Carina é um implante coclear ou um aparelho auditivo?
O Carina não é implantado na cóclea, portanto não é um implante coclear. Ele se encaixa na categoria de “implante auditivo de ouvido médio”, pois é conectado a um ossículo desta região. Como ele funciona amplificando o som de forma mecânica, o funcionamento é comparável ao de um aparelho auditivo convencional, só que é invisível.
Como assim “invisível”?
Porque ele é inserido cirurgicamente dentro do pavilhão auditivo e, de lá, amplifica o som, utilizando a audição residual da pessoa e dando acesso às frequências e decibéis que a pessoa não consegue ouvir sem ajuda de uma tecnologia.
Mas onde fica o microfone?
O microfone fica sob a pele, bem perto da superfície, normalmente implantado logo atrás da orelha. Há também a possibilidade de usar um processador externo opcional chamado Button, que fornece uma ajuda extra nos ambientes mais barulhentos.
Serve para o meu caso?
É indicado para as mesmas pessoas que se beneficiam das próteses convencionais, os famosos AASIs (aparelhos de amplificação sonora individual), ou seja, pessoas que tem perda moderada ou severa e que conseguem ter boa discriminação da fala através deles, mas que gostariam de se ver livre de um aparelho pendurado na orelha. Mas é claro que tudo depende da sua perda auditiva. Na dúvida, consulte um otorrino especializado em implantes auditivos.
Então é só uma questão estética?
As vantagens do Carina não são meramente estéticas. Como ele fica sob a pele, fica menos exposto ao ruído ambiente e o som fica menos distorcido, oferecendo um som mais potente. Como não tem nenhum processador do lado de fora, não precisa tirar para usar capacete nem usar uma proteção especial para tomar banho ou entrar no mar.
Veja o depoimento de um usuário do Sistema Carina:
https://www.youtube.com/watch?v=d1vIG6gECdA
Como é a cirurgia?
A cirurgia é de porte simples e a pessoa normalmente volta para casa no dia seguinte.
Dá para desligar? Mudar o programa?
O implante possui controle remoto para controlar o volume, ligar e desligar (Sim! Ele também tem botão de off). Basta posicionar o controle quase como um telefone e ativar a função desejada.
Mas como troca a bateria?
O implante, claro, não usa pilhas descartáveis. Para carregar a bateria interna, conecta-se um carregador ao ímã do implante todos os dias, por cerca de 30 a 45 minutos.
Poderei fazer ressonância magnética?
As restrições são similares às do implante coclear, visto que também possui ímã: proibição de fazer ressonância magnética e evitar campos magnéticos (tipo detector de metais de aeroporto, onde o implante deve ser preferencialmente desligado). Como não há nenhum processador à mostra, é bom andar sempre com a carteirinha de implantado para evitar o detetor de metais.
Eu uso implante coclear. Posso trocar pelo Carina?
Provavelmente não. O implante coclear costuma ser recomendado para pessoas com surdez severa a profunda. Já o Carina é para pessoas com perda moderada ou severa, condutiva ou mista, que tenham alguma audição residual. Eles funcionam de forma diferente e tem propósitos diferentes. Mesmo que sua surdez seja severa e seu implante coclear tenha preservado sua audição residual, é bastante improvável que você faça outra cirurgia para trocar a parte interna. Melhor torcer para inventarem um implante coclear totalmente interno.
Já tem algum implantado com o Carina no Brasil?
O Carina foi aprovado pela ANVISA em julho de 2011. O primeiro implante Carina foi realizado pelo Dr. Iulo Barauna do Instituto Brasileiro de Reabilitação Auditiva – Inbraud.
Saiba mais sobre o Carina no site da Politec Saúde.
Beijinhos sonoros,
Lak Lobato
Ele nada tem a ver com o implante coclear?
Não, é outro tipo de implante, pra outro tipo de perda. Quem tem indicação pra um, não tem indicação pro outro.
Ah! Obrigada!
Caroline Fraga Roque ja existe aparelho interno (nao eh implante coclear )
Gostei muito do post, apesar de já conhecer tirou algumas dúvidas que eu ainda tinha. Foi pesquisando isso que descobri o Dr. Iulo Baraúna com quem fiz meu IC. Hoje penso que talvez seja indicado para minha mãe que apesar de não ter indicação para IC tem dificuldade no entendimento da fala e pela idade também precisava de um aparelho que exigisse menos cuidados.
Verdade, é uma boa observação… idosos tem problema de usar aparelhos por motivos estéticos.
É reversível no caso de não adaptação?
Vou verificar.
Eita… queria, minha perda é severa e mista ♥ já amei… só o fato de entrar no mar ouvindo é uma vitória!!!! 😀