Uau, mas isso faz barulho?
E quando a gente pensa que já viveu/viu/ouviu de tudo, a vida ainda nos surpreende…
Estava eu em Ilhabela – perdi o emprego semana passada de uma maneira muito injusta, mas a vida segue e aproveitei para conhecer Ilhabela – até que o Edu me disse “você não vai colocar o Implante para ouvir o mar aqui?”. Eu tinha deixado a parte externa na bolsa, por receio da maresia. Mas, nesse momento, me senti instigada a ouvir o barulho das ondas. Desafios, adoro-os.
Para a minha surpresa, o som era diferente do que eu imaginava. Comentei até “que estranho, o mar só faz barulho quando vem, não quando volta”. Ele respondeu “faz barulho quando volta também, mas é baixinho”.
Prestei atenção. Realmente faz, mas é bem mais baixo. Não sei porque eu imaginava que fosse tudo na mesma altura.
Tempos depois, voltando para São Paulo, um barulho que vinha e ia, na estrada, chamava minha atenção, mas eu não conseguia saber o que era. Finalmente, perguntei ao Edu. Ele respondeu que eram os postes pequenos (uns que ficam no canteiro central, preto e amarelos). Fiquei ressabiada. Como algo parado pode fazer barulho? Ele explicou que era o vento que o carro dissipava, ao passar perto deles. Uma explicação digna de uma criança de quatro anos hahaha
Eu ri, bobamente, surpresa com os barulhos que ainda me despertam esse entusiasmo infantil. É, ainda tenho muito deslumbramento sonoro pela frente!
Beijinhos sonoros,
Lak
p.s. mas admito que tem coisas que a minha imaginação supera, acho. Não sei se o por-do-sol faz barulho, mas sem aparelho, imagino uma melodia clássica, tocada bem baixinho.
Oi Lak, fazia um tempinho que eu não passava por aqui, mas cada vez que volto vejo que você continua trilhando um caminho de descobertas. Adorei o post!
Bjs
Erika
Oi, Erika… Bom te ver por aqui. Faz tempo que não passo no blog da Alessia tb!! Então, preciso passar lá tb!! Beijos
Somos de MG, e quando minha irmã – criança – viu o mar pela primeira vez, olhou pra minha mãe, encatada, e disse: “Isso tudo de mar só pra mim?”
Infelizmente hoje em dia a gente escuta muita piadinha de gente babaca que tira sarro de quem “não conhece o mar” – seja porque mora no interior, seja porque não pode “ver”, ou “escutar”.
Sem dúvida, o mundo é cheio de sons, paisagens, cheiros, que se você não tem um mínimo de sensibildiade na alma, não consegue perceber e passa a vida toda achando tudo uma “bobeira sem valor”.
🙂
Verdade… tem coisas que é preciso sentir na pele para entender…
Beijão
Ouvir o mar é mesmo legal! 😀 Eu só ouvi com o aparelho, ainda não fui na praia com o implante, preciso fazer isso logo ^^
E esse negócio de “puxa, isso faz barulho?” me fez lembrar de uma situação: minha mãe disse que ouviu o gato andando no quintal. Eu disse: mas como você ouve? É aquele chocalhinho da coleira dos gatos… putz, aquilo eu só ouço de bem perto dos gatos (e nem sabia que aquilo era um enfeite barulhento). É legal descobrir sons assim 😀
[]’s!
PS: Puxa, que chato perder seu emprego 🙁 Espero que você consiga logo algo!
Heheehehe não sei se já ouvi o chocalho de coleira de gato. Agora fiquei curiosa…. Beijos
Oi Lak vc passou bem pertinho aqui de casa e perdeu uma peixada regada a muuuito camarão, seria uma alegria que vc e o Edu, que ainda não conheço, viessem conhecer minha familia. Mas tenho certeza que agora vc sabe o caminho até São SEba rs.
O texto que vc escreveu sobre as crianças implantadas tem ajudado muito, principalmente o relato das mães.
Força e coragem, dias melhores virão.
grande abraço
Virtualmente
Elias
Pode deixar que, na próxima, irei te visitar com certeza!!!!!
Oh, se voce quiser listar as dúvidas mais comuns das mamães ai, dou uma pesquisada com fonos e mamães para respondê-las aqui no blog! Seria bacana poder ajudá-las mais ainda.
beijocas
Você é LINDA! Seu texto me emocionou.
Que lindo saber disso!! Beijos
Lak, nós com certeza nos deslumbramos com os seus deslumbramentos. Porque a vida pode ser tudo, menos óbvia. E cada percepção do outro enriquece a minha. É um lugar-comum, eu sei, mas muita gente que ouve não presta atenção ao som das ondas, muita gente que enxerga jamais viu de fato a magia de uma bolha de sabão.
E, quando vc se pergunta se o pôr-do-sol faz barulho, me lembrei de um poema de Olavo Bilac, que lhe deixo como presente.
Grande abraço e parabéns! Se deslumbrar com a vida não é para qualquer um. 🙂 😉
XIII*
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto …
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
(*) Soneto XIII da obra Via-Láctea
Ahhhhhh, esse poema me fez chorar, sabia?? Lindo demais… é bem isso, acho… na verdade, fico surpresa é de vcs não ouvirem o por-do-sol! Beijocas
Oi Lak, puxa que chato sua demissão. me manda seu cv que eu disparo nos grupos. beijos e amo o som do mar e mesmo como ouvinte sempre acho interessante o som dos postinhos.
Mando sim, querida… obrigada pela força, sempre! Beijão
Lak, adorei o post hoje! Engraçado mesmo, quando parece que não tem mais nada pra descobrir, vem o mundo com estas surpresas tão boas!!! Voltei também pra falar da cirurgia ontem, ocorreu tudo ótimo! O Bryan tá lindão com faixinha do curativo, vai ter alta amanha! , Daqui uns 45 dias será a ativação e conto mais detalhes! 😀 Bjão!
Realmente, o mundo é surpreendente… Basta abrir os olhos, os ouvidos, o coração…
Fico estupendamente feliz pelo Bryan!! Torcendo muito para os próximos 45 dias voarem!
Beijos
Poxa, perdeu o emprego que vc estava animada? 🙁
E, sabe, eu fico impressionada qd vc conta de sons novos. Adoro qd vc relata isso. Nem com meu ouvido direito (perda severa) eu não pego isso, imagina com o esquerdo q é profundo.
Fiquei pensando tb: td que bate o vendo, nas coisas inanimadas, faz barulho?
Perdi, mas não elocubremos isso. Ja ja aparece outro… Espero…
Enfim… não sei se tudo tudo faz barulho, mas o que eu descobrir, vou te falando hihihi
Beijos
Lak,
Faz tempo que não aparecia aqui, pelo que talvez te tenhas apercebido que mal escrevo no meu blogue por falta de disponibilidade, fiquei triste por ver que perdeu o emprego que tanto sonhava de uma maneira pateticamente injusta, como tudo na vida existe coisas boas e podres. Mas entretanto sei que a Lak, vai achar um lugar óptimo no sítio certo onde possa contemplar com plenitude o seu talento.
Melhores dias virão! 🙂
Ah como é gostoso ouvir a brisa que vai e vem, e já reparaste, todos os ventos tem sons diferentes. Gosto por exemplo de ouvir o vento dançar as folhas de árvores, e as ervas daninhas num campestre. O mar, ai o saudoso mar, que dependendo da força de água com ondas e sem ondas, mas é delicioso ouvir o espumante areal a ser arrastado com conchas e pedrinhas juntos. Para o meu ouvido é música, não não é pelo ouvido mas através do cérebro! A Primavera está chegando em Portugal, mal posso esperar pelo Verão porque estou tão fartinha de chuva.
Um beijo enorme com estrelas sonoras!
Sun
Pois é… tem coisas que a gente até vive relativamente bem sem, mas só vive plenamente quando tem. Os sons da natureza são uma delas…
Beijinhos
Olá! Recebi o link do seu site por um amigo e fiquei deslumbrado imediatamente. Não só pela poesia implicita no relato dessas descobertas (eu não sei se seria ideal falar em poesia, mas foi o que eu senti, nesse último post principalmente), mas pelas questões levantadas que me fizeram pensar e, acima de tudo, a leveza dos depoimentos… O resultado é que não há como deixar passar em branco esse post, não parabenizar, não deixar aqui o registro de que eu fico imensamente feliz por você e por todos que vivem esse momento, ainda que eu saiba ser só mais um anônimo dando uma passadela. Felicidades!, Eduardo.
Obrigada pelo carinho das palavras. Costumo dizer que recuperar a audição depois de 2 décadas é uma emoção tão transbordante, que não dá pra passar por isso sem dividí-la. Saber que alguém que não me conhece, não tem apelo sentimental pra tanto, também se emociona com meus relatos é uma das principais razões desse blog existir.
Beijão enorme
Conta-se que Beethoven tinha uma amiga cega, que um dia disse que adoraria saber como era o tal luar, de que tanta gente falava. Tempos depois, o grande gênio compôs e tocou para ela a Sonata ao Luar, que ficou extasiada e chegou a arriscar uma descrição.
Se você ouve o por do sol, então ele faz barulho.
Alguém falou em sensibilidade da alma. Acho que é isso, da mesma forma que uma peça de Chopin meio que me ‘transfere’ o sentimento do compositor e um new age com trio de cordas leva minha Eliana a ‘ver’ paisagens.
Lamento pelo seu emprego perdido, mas logo rola outro melhor.
Emocionante seu relato, você é linda.
Se um dia, eu tiver competência para tanto, quem sabe componho a Sonata ao Por-do-Sol.. Afinal, Beethoven também ficou surdo, não é mesmo? Hahahaha é, como eu disse no MSN (frase copiada do José, conhecido do Orkut): “A minha humildade é mundialmente conhecida e superior a qualquer outra!”
Beijinhos
Gosto muito do modo como você responde a cada uma das pessoas que escrevem aqui. E como ela, também fico deslumbrado com seus textos. E já que esse é um espaço de palpites, quero dar o meu: na minha opinião, o barulho dos postes pequenos da rodovia também pode ser o som do seu próprio carro, que reflete nesses postes e retorna até você, principalmente se for um som que começa e acaba rapidamente em cada poste.
É, foi mais ou menos isso que o Edu me explicou. Confesso que não consegui deduzir sozinha hehehehe
Sobre responder às pessoas, é um habito que aprendi noutro blog, do Jairo Marques e que rendeu uma das amizades mais especiais do mundo. Tento fazer o mesmo por aqui, de coração!
beijão