16 de Abril: Dia Mundial da Voz

Maysa: Olá, pessoal. O meu nome é Maysa Ubrig eu sou fonoaudióloga especialista em voz e tenho mestrado e doutorado pelo Programa de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP.
Venho estudando a Voz e a fala das pessoas com deficiência auditiva desde 2007.

Maysa: Então, na realidade, a causa de tudo isso vem pela ausência de percepção da própria voz impactando no controle e no monitoramento dessa produção de voz e de fala.
As pessoas que nascem com a privação auditiva e são surdos desde pequenos podem apresentar mais alteração de voz e fala que são os deficientes auditivos prélinguais, em relação a pessoas que adquiriram essa alteração auditiva ao longo do tempo.

Maysa: Muitas vezes nós temos uma voz muito hipernasal onde o nariz está sendo muito utilizado, talvez para monitorar e controlar a produção dessa voz já que não tem a percepção de vários sons ou, muitas vezes, é o inverso nós temos o que nós chamamos de hiponasalidade, quando o surdo não consegue ouvir sons pequenos, como por exemplo os sons nasais, não faz a vibração auditiva, não faz a vibração nasal correta, em sons, como por exemplo, M, N, NH. E eu também queria saber porque mesmo um ouvinte que perdeu a audição e que infelizmente não teve uma boa reabilitação auditiva usando aparelhos auditivos, pode ir adquirindo sotaque ao longo do tempo.

Maysa: Esse deficiente auditivo que nós chamamos de pós-lingual, que nasceu ouvinte, mas perdeu a audição em algum momento ele vai perdendo as referências acústicas do som e vai tendo dificuldade em ajustar essa voz em produzir esses adequados sons de fala, dentro do contexto comunicativo.
Quanto mais tempo de privação auditiva mais essa dificuldade de recorrer a essa memória do som.

Maysa: Isso vai depender de quanto tempo esse paciente tem de privação auditiva com quanto tempo a pessoa com deficiência auditiva ficou privado do som do monitoramento da percepção da sua própria voz.
Então, nós temos vários níveis de alterações vocais vários graus de alterações vocais e de fala e esse trabalho, que é um trabalho específico da reabilitação da voz ela vai depender de acordo com a alteração de cada pessoa.
Então, geralmente, nós trabalhamos com exercícios vocais para melhorar a vibração das pregas vocais, como esse som é ajustado aqui no rosto e também vamos trabalhar com a produção dos sons de fala.
Quanto melhor eu produzir esse som, melhor as pessoas vão me compreender.
Então, nosso objetivo é melhorar a inteligibilidade de fala, como esse interlocutor me ouve e me compreende e melhorar o processo de comunicação e uma melhor de qualidade de vida.
Claro, sempre respeitando os limites terapêuticos para cada caso.

Maysa: Então, a primeira coisa é uma boa hidratação. Tomar bastante água principalmente durante o uso da voz.
Além disso, é muito importante controlar o volume da voz não falar muito alto muito forte fazendo força na garganta.
Cuidar da saúde de modo geral cuidar do sono, cuida da alimentação, cuidar… fazer exercícios físicos.
Em relação com a alimentação, tomar cuidado com excesso de café comidas muito temperadas e muito apimentadas, condimentadas porque isso pode produzir o que nós chamamos de refluxo esse refluxo pode irritar essa região, produzindo pigarro e rouquidão.
Além disso, nós temos então, também quadros alérgicos. Então as pessoas que tem o nariz muito entupido, obstrução nasal, também podem ter dificuldade de produzir a voz adequadamente.

Maysa: Eu espero que vocês tenham gostado destas dicas E eu agradeço mais uma vez o convite da Lak Lobato.
Feliz Dia Mundial da Voz para todos nós!