A Terapia Auditivo-Verbal (TAV)

Primeiramente, quero agradecer esse convite super especial de uma pessoa que tem vasta experiência na área da deficiência auditiva, devido as suas vivências pessoais. 

Sou fonoaudióloga formada há quase 15 anos e, uma das áreas que trabalho é a linguagem – auxiliar a criança com atraso a desenvolver a linguagem e a fala. Há 2 anos, uma amiga de profissão me convidou para trabalhar com crianças e adultos com deficiência auditiva que decidiram ouvir através do IC. A princípio, fiquei receosa, pois a audiologia em si fugia das minhas vivências profissionais. Porém, o objetivo da fonoterapia era o mesmo, desenvolver a linguagem e a fala através de outras vias. Fui para Curitiba, onde aprendi meios e técnicas específicas para atender essa demanda e assim, oferecer um trabalho específico e de qualidade em reabilitação auditiva.

Portanto, é importante lembrar que a base da reabilitação auditiva é o diagnóstico precoce, intervenção rápida, tecnologia de ponta e principalmente, participação e dedicação da família para ensinar seus filhos a falar e a ouvir.  Afinal nós ouvimos com o cérebro!!!

A metodologia que eu acredito ser eficiente/eficaz para a reabilitação auditiva de usuários de implante coclear é a Terapia Auditiva Verbal (TAV). A  (TAV)  (Ling, Pollack e Beebe, 1978) é uma abordagem terapêutica destinada a crianças e/ou adultos com deficiência auditiva e/ou usuários de dispositivos auditivos que tem como objetivo o desenvolvimento / aprimoramento das habilidades auditivas para desenvolver a linguagem/ fala através da audição. 

Por meio desta abordagem, o paciente aprende a desenvolver a audição através dos dispositivos auditivos, como o aparelho auditivo, implante coclear, sistema de condução óssea, entre outros.

Fundamentos da Terapia Auditivo Verbal

  • É uma filosofia – Um estilo de vida/interação a ser aprendido e praticado diariamente;
  • Aplicação e manejo de tecnologia, técnicas e estratégias específicas para desenvolver as habilidades;
  • Bom mapeamento (da tecnologia);
  • Manter fonoterapia;
  • Terapia centrada na família;
  • Ensinar os pais a criarem um ambiente auditivo;
  • Os pais são modelos;
  • Os pais são parte da terapia, não apenas observadores;
  • A criança aprende a usar seus resíduos auditivos;
  • Aprende a escutar a própria voz e dos demais;
  • Engajar-se em conversação significativa

Dicas para os pais:

  • Verifiquem se os dispositivos estão funcionando a todo momento;
  • Construa um ambiente auditivo rico em linguagem;
  • Narre a rotina com a criança a todo momento – Explique o que está fazendo / acontecendo;
  • Utilize os sons ambientais, por exemplo, latidos de cachorros, aviao passando, porta batendo, telefone, etc…
  • Cante com a criança – promova o desenvolvimento da habilidade de fechamento auditivo (ela finaliza frases / músicas), Ex: “ O sapo não lava o _____”
  • Use voz melódica;
  • Promova troca de turnos – Dê pausa para a criança falar (você fala/a criança fala);
  • Leia para a criança pelo menos 15 minutos, diariamente;
  • Ouça músicas, mesmo que no primeiro momento você não esteja entendendo nada;
  • Converse, Converse, Converse…
  • Brinque, Brinque, Brinque…

A fonoterapia é muito importante. Para esse processo dar certo os pais são parte fundamental. Ou seja, por passarem a maior parte do tempo com suas crianças, são ensinados a criar um ambiente sonoro onde seus filhos aprendam a ouvir, processar a linguagem verbal e falar.

Lak Lobato, agradeco de coracao a oportunidade.

Fga. Tassiana Santos – Otocentro e Clínica Multiprofissional Plano Hospitalar Londrina

Participe da conversa! Comente abaixo:

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.