Descubra como esta fono ativou o implante coclear de uma bebê à distância

Margarida com seus pais Joana Cibrão e Paulo Roque.

Margarida é uma bebê de apenas 18 meses. Surda desde que nasceu causada pela síndrome de Usher Tipo Um, uma condição caracterizada por perda auditiva parcial ou total devido a anormalidades do ouvido interno e perda de visão que piora com o tempo. Ela também nasceu com uma fenda palatina, o que pode interferir na audição.

Recentemente, Margarida passou por uma cirurgia de implante coclear no Serviço de Implantes Auditivos da Universidade de Southampton (USAIS), no Reino Unido. Ela tinha uma consulta marcada para ter seus implantes ativados 4 semanas após a cirurgia porém, com a pandemia do novo coronavírus e as medidas de isolamento social, seus pais não poderiam levá-la ao consultório da fono.

A equipe da Universidade logo tentou procurar uma alternativa, afinal seus pais estavam ansiosos para que a pequena Margarida escutasse pela primeira vez o mais rápido possível

“O grupo que nós estávamos mais preocupados [durante o isolamento social] eram os pacientes que acabaram de fazer a cirurgia de implante coclear.
Eles já estão nesse período de espera de 4 semanas e ainda não tinham feito a ativação. É muito decepcionante você passar pela cirurgia e ainda ter que esperar sabe-se lá em quanto tempo poderão voltar à clínica.” comentou a Professora Helen Cullington, responsável pelo caso de Margarida.

A professora Helen conta que enviou um tablet para a família e, de sua própria casa, usou o programa TeamViewer para se conectar remotamente ao tablet e executar o programa de mapeamento do implante.

Foto: University of Southampton (divulgação)

“Nunca fizemos isso antes e acho que ninguém no Reino Unido já fez isso antes”, conta Helen, que teve essa ideia após ir numa conferência no Japão onde soube que algumas pessoas na Austrália estavam configurando implantes dessa maneira.

A ativação correu muito bem e todos ficaram emocionados com o resultado.

“Ao ativar, a criança começa a usar seus processadores pela primeira vez e consegue ouvir o que está ao seu redor. No entanto, leva muito tempo para se acostumar com isso e, especialmente em bebês e crianças que nunca ouviram a fala antes, o cérebro precisa aprender a entender esses sons.”

Professora Helen Cullington

A mãe de Margarida, Joana Cibrão, ficou emocionada com a ativação, apesar das restrições do COVID-19: “A equipe de Southampton foi incrível. Não consigo elogiá-los o suficiente. O esforço da equipe – eles foram simplesmente brilhantes ao fazer isso acontecer.”

O pai, Paulo Roque acrescenta: “Estamos tentando dar o melhor para ela e, por isso, abrimos uma grande janela para Margarida agora. Tudo o que precisamos fazer é levar tempo, passo a passo, e chegaremos lá, definitivamente.”

Fonte: Universidade de Southampton

1 Resultado

  1. Carina disse:

    Em junho aconteceu também aqui no Brasil. O implante de uma senhora foi ativado à distancia. http://www.broadcast.com.br/cadernos/releases/?id=RTZvazhNTTNPRitLR0FSZExpZGlIdz09

Participe da conversa! Comente abaixo:

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.