Dia das mães

Como eu não tenho filhos, hoje o texto sobre o dia das mães é de autoria de uma pessoa indiretamente responsável por este blog: Minha mãe! hihihi

Confesso que ser mãe é um exercício de aprendizado continuo e constante.
Tive 2 filhas, 2 bebês lindos e saudáveis. Dois partos ótimos, duas gestações tranquilas.
Um dia, uma das minhas filhas acordou sem ouvir, Que susto! Como lidar com aquela situação que eu nem sabia direto do que se tratava? Digo, eu e os médicos pois na época, ainda não havia muita literatura a respeito de surdez por caxumba.
Bem, fiquei em choque! Mas, comecei a observar minha filha e, percebi que ela passado o primeiro momento da constatação “não estou ouvindo” começou a lidar bem com aquela realidade. Claro que não deve ter sido fácil pra ela. Mas ela não se deixou paralizar pelo susto, não parou diante do imprevisivel, foi descobrindo como lidar com essa nova fase de sua vida. Uma pessoa que tinha só 10 anos!
Em 1 semana já tinha 100% de leitura labial (uma semana confirmada por testes porque talvez tenha sido até antes.)
Lak é assim, continuou estudando, brincando, sorrindo enfim continuou vivendo!
E, descobriu que ler é também, muito prazeiroso e foi desenvolvendo hábitos que não tinha antes e deixando aflorar a sensibilidade e a veia poética.
Além de manter seu excelente senso de humor.
Bom, em 2001, Lak ainda não havia aprendido francês mas, estavamos em Paris na “fête de Maman” (passamos um dia das mães em Paris!). Uma noite, eu estava na banheira – haviamos caminhado o dia todo e eu precisava relaxar – quando a Lak sentiu sede.  Ela chegou próximo a banheira e disse: “Como peço 1 garrafa d`água em francê?”. Expliquei: “Je voudrais une boteille d’eau”, ela leu meus labios, repetiu e foi até a recepção do Hotel e voltou com 2 garrafas d’agua.
Minha filha mais velha ouve, mas não tinha essa ousadia para tentar falar com um idioma desconhecido!
Foi ali que começava uma intimidade com a língua francesa que ela quis aprender assim que retornamos e, hoje, fala lindamenta!
Retornamos a Paris anos depois, dessa vez com ela já falando o idioma, sendo compreendida e elogiada pelos franceses.
Bom, acredito que ser mãe é aprender a observar o filhos e com isso, aprender a respeitá-los em suas escolhas e, por vezes, até se surpreender com elas.
Quando Lak me falou do Implante Coclear fiquei receiosa, pois é uma cirurgia na cabeça, muito próxima do cérebro com anestesia geral e, sem garantias de que teria o efeito esperado…
Enfim, todos os medos que uma mãe é capaz de ter eu TIVE.
Mas felizmente, que ela não se impressinou com meus medos, foi atrás e, neste momento, vivêncio com ela toda a emoção do retorno gradativo e verdadeiro ao mundo sonoro.
Cada vez que ela me fala de mais uma conquista, mais um barulhinho, uma música, uma voz, que é ouvida, vejo que valeu a coragem dessa mocinha de fibra… minha filha! Ter encarado a realidade de uma cirurgia e a continuidade do pós cirurgico.
Sabe que aprendi que nós mães deveríamos festejar também o dia dos filhos, afinal nos dedicamos a eles, sofremos por eles e às vezes, até mais do que eles, nos preocupando excessivamente!
Mas, eles também nos ensinam, nos mostram a vida sobre um outro ângulo, nos auxiliam a abrir o foco e encarar a realidade atual.
Por isso, desejo um feliz dia das Mães a todas as mulheres que são mães mas também juntos um feliz dia dos filhos, afinal eles são os causadores desse nosso status e contribuem de forma muito generosa pra nossa evolução!

beijinhos sonoros,
Lak