Informações de segurança para ressonância magnética com implante coclear

Em agosto passado, eu caí de patinete e machuquei o joelho. O que achavam que era um simples joelho ralado, na verdade, foi uma pancada forte que deixou meu joelho super inchado. Fui ao hospital e me pediram um raio X. Mas, duas semanas depois, meu joelho continuava dolorido e inchado. Resultado: pediram uma ressonância magnética.

Máquina de Ressonância Magnética de Campo Aberto

O problema é que, como usuária de implante coclear, uma mera indicação para esse exame representa uma sensação de pavor, porque quem tem imã no corpo pode ter graves consequência se realizar um exame que utiliza a força magnética. No final das contas, eu acabei fazendo uma ultrassonografia do joelho, graças a uma amiga radiologista que conhecia um especialista em joelho. Mas, nem sempre é possível substituir o exame. Por isso, decidi fazer mais um texto sobre esse tema aqui pro blog!

Em um exame de ressonância magnética, o paciente é colocado dentro de uma máquina com ímãs potentes capazes de criar imagens detalhadas do interior do corpo. Como já mostrei aqui no blog, por causa do poderoso campo magnético gerado por esses ímãs, usuários de marca-passos, pinos, placas de metal e implantes auditivos costumam passar longe de uma máquina dessas.

Acontece que quem utiliza implantes auditivos pode precisar fazer este exame em algum momento da vida. Por isso, se você é implantado e precisa fazer uma ressonância magnética, é importante que você sempre consulte o otorrino que colocou o seu implante para que ele avalie a situação. Afinal, é ele quem sabe qual o tipo de implante você usa e qual a classificação dele para ressonância magnética:

Implantes condicionais para RM

Por sorte a maioria dos implantes auditivos mais recentes são considerados MR Conditional (condicional para RM), ou seja, o paciente pode passar por uma ressonância magnética, desde que definidas e observadas as condições de operação segura.

⚠️ amarelo com a sigla MR dentro
Símbolo “condicional para RM”, como provavelmente aparece no seu cartão de implantado.

Implantes não seguros para RM

Já quem utiliza modelos bem antigos, o implante pode ter a classificação MR Unsafe (não seguro para RM), ou seja, o ímã da parte externa não é removível e o paciente não poderá fazer o exame.

🚫 com a sigla MR dentro
Símbolo “não seguro para RM”.

Antes de qualquer coisa, o seu otorrino provavelmente irá conversar com o médico que fez o pedido da ressonância e verificar se existe a possibilidade de fazer um exame de imagem que não utilize campos magnéticos, como raio-X, tomografia computadorizada ou ultrassom.

Dependendo da sua condição, um desses exames pode encontrar o que estão procurando, mas se eles avaliarem que a ressonância magnética é realmente necessária, o técnico responsável pelo exame irá definir com o seu otorrino qual será o procedimento mais indicado. Eles poderão:

  • Fazer a ressonância magnética na máquina menos potente possível, de preferência de campo aberto, seguindo todas as recomendações do fabricante do implante, como a colocação de bandanas para segurar o implante no lugar.
  • Fazer uma cirurgia de porte simples, apenas para a retirada do ímã interno, passar pela ressonância seguindo os procedimentos e recolocar o ímã.
  • Se o paciente tiver um implante moderno, com ímã móvel, pode ser que ele suporte máquinas de ressonância de até 3 Tesla*, mas ainda assim deve-se tomar todos os cuidados necessários.

*Tesla é a unidade de medida de indução magnética. As máquinas podem ir de 0,2 até 7 Teslas. As mais comuns são de 1.5T.

Para guiar este processo, os fabricantes desenvolveram uma série de procedimentos para evitar que a ressonância magnética cause lesões graves ao paciente. Essas instruções detalhadas são fornecidas para os otorrinos especializados em implante auditivos, além de terem à disposição equipamentos necessários para proteger a parte interna ou remover o ímã, se necessário.

As marcas também oferecem algumas instruções de segurança para os pacientes.

Para facilitar a vida de vocês, vasculhei os sites de cada uma das marcas e trago aqui as orientações que elas oferecem aos usuários (algumas em PDF):

Espero ter ajudado, para que ninguém sofra as consequências graves de um exame que, no final das contas, existe para nos ajudar e não atrapalhar.

Beijinhos sonoros,
Lak Lobato

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