O implante coclear da Priscilla

por Lak Lobato · Published 17 de junho de 2019 · Updated 15 de setembro de 2019

Hoje, quem relata sua experiência com o implante coclear é a mineira Priscilla Abreu, que perdeu a audição ainda criança e, aos 30 anos, teve oportunidade de reencontrar a trilha sonora da vida através da tecnologia.

Meu nome é Priscilla, tenho 32 anos, moro em Belo Horizonte/MG. Sou surda e implantada.
Quando criança com quase 2 anos tive meningite, que me levou quase a morte. Quando o medico avisou ao meu pai que eu não tinha chances de viver, minha tia e minha vó colocaram a fé em ação. Elas chamaram amigos de fé e juntos oraram a Deus para que um milagre acontecesse em minha vida. Éramos pobres e limitados em cultura e aprendizado, mas tínhamos amor em excesso.
Perdi a audição em um dos ouvidos e sem saber como aprendi a ler os lábios. Porém, ninguém tinha observado que eu estava perdendo a audição. Até que um dia em uma sala de espera, um psicóloga presente falou com minha vó: “essa criança lê os lábios”.
Já estava bem avançado a perda da audição e não tínhamos dinheiro para um tratamento ideal. Assim como, ainda criança e sem entender como aprendi a ler os lábios, na fase da juventude sempre busquei uma forma de adaptar. Fui buscando alternativas para ouvir, pois depois de um tempo perdi a audição completamente nos dois ouvidos.
Quando completei 30 anos, essa busca teve resultado na cirurgia do implante em 01/08/2017. E no dia 29/08/2017 fiz a ativação com a minha fonoaudióloga Nadiana Andrade, uma pessoa especial que sempre me ajudar nos treinamentos. Sonho realizado!
Hoje, viver com o implante coclear é sensacional!! Posso ouvir o som do mar, musica e devagar vou me adaptando aos sons. Tudo é lindo para mim, sou divertida e conversar me alegra muito.
Sei que a vida é curta e que dela só levamos o amor, pois não podemos levar nada daqui.
Quando reconheço um som e ou consigo ouvir no telefone, que é difícil ainda, eu fico muito feliz!
Preconceitos com relação a minha deficiência, eu sinto um pouco no trabalho e ou até mesmo na família, mas quero ter compaixão dessas pessoas, pois certamente elas não sabem o que é vencer desafios, como o meu.
Quero aprender um pouco da vida e seus sons agora e por isso agradeço a Deus por ter me dado vida, forças e inteligência para que vencesse os desafios e pudesse ganhar o meu implante.
Agradeço a minha família que sempre esteve ao meu lado, sem essa união e amor não seria nada.
Priscilla Abreu